Entre as provas dos vestibulares tradicionais, as universidades costumam solicitar a produção de um texto do tipo dissertativo-argumentativo. Na maioria dos casos, os estudantes precisam escrever uma redação. No entanto, outros gêneros textuais podem ser requisitados nesse tipo de avaliação. A carta aberta é um desses gêneros presentes nos vestibulares.
Desse modo, os estudantes que estão em fase de preparação para o vestibular devem conhecer esse gênero e saber produzir um texto de acordo com a sua estrutura canônica. Pensando nisso, apresentamos neste texto a estrutura e as principais características e elementos da carta aberta.
O gênero textual carta aberta consiste em um texto epistolar, com a estrutura de carta. Nesse sentido, a carta aberta possui remetente e destinatário, data, local e assinatura, bem como uma mensagem direta como uma carta normal. A sua estrutura conta com introdução, desenvolvimento, e conclusão.
Entretanto, o gênero se diferencia principalmente pelo tipo de mensagem que veicula. A carta aberta geralmente apresenta uma mensagem com função social, tendo caráter público.
O objetivo principal de uma carta epistolar é informar, alertar, reivindicar e/ou argumentar sobre determinado assunto de interesse geral. Nesse sentido, a carta aberta costuma ser veiculada em meios de comunicação de amplo acesso, como jornais, para chamar atenção de um órgão, setor da sociedade e até mesmo da população para algum assunto.
O destinatário desse tipo de carta não é individual, já que a mensagem nela veiculada visa alcançar um grupo de pessoas. A carta aberta é necessariamente pública, pois além de se direcionar para um grupo de indivíduos específico, como sindicato ou órgão, por exemplo, a carta aberta também será lida com um público mais amplo de pessoas. Desse modo, a sua ampla audiência é o ponto que a distingue de uma carta pessoal.
Além disso, é preciso ressaltar que, geralmente, trata-se de um texto argumentativo pois o escritor elenca e explica um ou mais argumentos a favor do ponto de vista por ele defendido. A ideia é convencer a maior parcela possível de pessoas entre o público que receberá a mensagem. Por isso, comumente a carta aberta trata de um tema de interesse público.
Esse gênero textual é escrito na norma-padrão da língua portuguesa, usando preferencialmente a linguagem denotativa, ou seja, uma linguagem mais objetiva e formal, que evita ambiguidades e possíveis equívocos na interpretação.
Para produzir uma boa carta aberta, é preciso estar atento à função do texto, ser fiel a sua estrutura canônica e ter conhecimento sobre o tema que deseja abordar. Já que se trata de um texto predominantemente argumentativo, discutir diversos pontos sobre o tema com propriedade é fundamental para garantir que a carta aberta alcance seu objetivo.
Além disso, é preciso considerar o público-alvo ao qual o texto se endereça. Definir e conhecer público ajuda a direcionar a maneira de abordar o tema, principalmente para a estruturação da argumentação.
A estrutura básica da carta, apresenta logo após a saudação, o parágrafo que inicia o texto: a introdução. Nesse primeiro parágrafo o autor apresenta o tema dando uma ideia da linha argumentativa que estará presente no desenvolvimento, mas de forma sucinta, para situar o leitor.
O desenvolvimento vem logo em seguida. Essa parte do texto costuma ser mais extensa, pois apresenta os argumentos favoráveis ao ponto de vista ou questão levantada na carta aberta. Em seguida, na conclusão, o autor arremata a ideia central do texto com um alerta ou com uma reivindicação. Como se trata de um gênero epistolar, há ainda uma breve saudação de despedida, identificando os remetentes.
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