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Brasil possui a maior taxa de juros do mundo, mas a inflação está controlada (entenda!)

A Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente está em 13,75% ao ano. Este é considerado o maior índice do mundo, o que tem provocado inúmeras controvérsias, inclusive com críticas do presidente Lula ao Banco Central. Entretanto, o país tem conseguido frear a pressão inflacionária com sucesso.

Desse modo, o Brasil se destacou entre os outros integrantes do G20, pois foi o país onde houve uma menor variação do índice de preços. Analogamente, em 2022, a inflação estava na casa dos 10,5%, considerada a maior entre o grupo. Um ano depois, em fevereiro de 2023, houve uma alta de apenas 5,6%.

Todavia, a taxa básica de juros está em 13,75% desde setembro de 2022. Deve-se levar em consideração que a ação do Banco Central de elevar a taxa Selic foi uma das primeiras do mundo com o intuito de reduzir a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) começou a aumentar os juros em março de 2021.

Este foi considerado um ciclo de alta recorde, o maior desde o início do século. A princípio, houve um aumento exponencial da taxa Selic em 12 reuniões do Copom seguidas, no período entre março de 2021 a setembro de 2022, quando os juros passaram a ter uma alta de 11,75% indo a 13,75% ao ano.

Taxa real de juros

De acordo com cálculos da Infinity Asset, a taxa real de juros no Brasil é de 6,94% e leva em consideração a inflação no país. Ela também é considerada a maior do mundo. Dessa maneira, o Banco Central utilizou o aumento dos juros para frear a pressão inflacionária que estava alta até o início do ano passado.  

Analogamente, parece que a estratégia deu certo, mas, especialistas afirmam que pode haver alguns revezes. Os economistas dizem que com um juro alto, há uma redução na atividade econômica do país, influenciando os negócios como um todo. Por essa razão, Lula vem criticando Roberto Campos Neto, presidente do BC.

Não só o presidente, mas seus aliados vem pedindo a redução da taxa Selic já a algum tempo. O Banco Central é um órgão independente do Governo Federal, portanto não há muito o que se fazer. Na última reunião do Copom, no dia 22 de março, o conselho decidiu por manter os juros básicos da economia em 13,75%.

Enquanto há uma ampla discussão sobre o tema, o crédito tem ficado mais caro no país, em destaque para os cartões de crédito e cheque especial que aumentaram acima da média. Estes dados estão no relatório de acompanhamento fiscal da Instituição Fiscal Independente publicado no último dia 15.

Consequências para a economia

Segundo o levantamento, o cartão de crédito e o cheque especial possuem as maiores taxas de juros disponíveis no mercado. Eles podem chegar a 182% ao ano no primeiro caso e se o consumidor entrar no rotativo, a 411%. Quem utiliza cheque especial pode ter que arcar com uma taxa de juros anual de 132%.

De acordo com o BC, existem algumas questões a serem consideradas na aquisição de crédito no país. A instituição afirma que as pessoas, ao invés de adquirir um crédito para comprarem um imóvel, ou um veículo, estão pedindo empréstimo aos bancos para pagar as suas dívidas.

Em síntese, com a taxa de juros alta, há uma menor oferta de crédito no mercado, além dele ficar um pouco mais caro. As instituições financeiras aumentaram seus critérios e os juros oferecidos aos consumidores. Vale ressaltar que não há ainda uma previsão de uma redução na taxa Selic pelo Copom.

Conclusão

A princípio, não se sabe o que deverá acontecer, visto que mesmo se o BC reduzir os juros, os bancos ainda os manterão altos, devido ao fato de que houve um aumento dos riscos relacionados às concessões de crédito. Há um receio das instituições financeiras sobre o número de inadimplentes no país.

Em conclusão, estima-se que o Brasil sofrerá uma piora nos índices de emprego e da renda do trabalhador. Espera-se também que haja um maior desemprego, e um crescimento econômico reduzido. Consequentemente haverá também um menor consumo. Até que há um controle sobre a inflação, mas o preço é bastante alto.