O governo brasileiro está dando passos significativos em direção à transição energética com o lançamento do ambicioso projeto “Combustível do Futuro”.
Esse programa abrangente, composto por cinco eixos estratégicos, visa promover a descarbonização da matriz energética do país e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Entenda em detalhes as medidas-chave contidas nesse projeto, que demonstra o comprometimento do Brasil em combater as mudanças climáticas e adotar práticas ambientalmente responsáveis.
Um dos aspectos mais notáveis do programa “Combustível do Futuro” é o aumento do limite legal para a mistura de etanol à gasolina. Atualmente, a legislação brasileira permite uma mistura de até 27,5% de etanol anidro à gasolina.
No entanto, o projeto propõe elevar esse limite para 30%. Essa mudança visa impulsionar a octanagem do combustível brasileiro, estimulando o desenvolvimento de motores de combustão interna mais eficientes e, possivelmente, contribuindo para a redução dos preços da gasolina ao consumidor.
O projeto também inclui a regulamentação da captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CO2). Em resumo, esse processo avançado envolve a coleta, compressão e transporte do CO2 para locais específicos, onde é injetado em reservatórios geológicos subterrâneos.
Dessa forma, o CO2 é isolado do ambiente, evitando que seja liberado na atmosfera e contribua para o aquecimento global. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será a responsável por autorizar e supervisionar essa atividade.
Um componente vital do projeto é o ProBioQAV, que estabelece metas progressivas para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor aéreo. Conforme informações oficiais, entre 2027 e 2037, o programa visa reduzir em 10% as emissões de dióxido de carbono provenientes da aviação.
Isso será alcançado através do aumento gradual da mistura de combustível sustentável de aviação (SAF) no querosene fóssil. O SAF é obtido a partir de fontes renováveis, como gorduras vegetais e animais, cana-de-açúcar e resíduos, e pode ser utilizado em aeronaves sem a necessidade de adaptações nos equipamentos.
O PNDV é mais uma iniciativa do projeto “Combustível do Futuro” com o objetivo de reduzir as emissões provenientes de veículos pesados, como ônibus e caminhões.
Em suma, a proposta prevê que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determine anualmente, entre 2027 e 2037, a participação mínima de mistura de diesel verde no combustível derivado do petróleo. Isso incentivará a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis no transporte terrestre.
Por fim, o projeto “Combustível do Futuro” estabelece um marco legal para a produção de combustíveis sintéticos no Brasil, conhecidos como e-Fuel. Esses combustíveis são produzidos através de uma reação eletroquímica entre hidrogênio e dióxido de carbono, resultando em uma vertente ecológica reduzida.
Embora ainda estejam em fase avançada de pesquisa na Europa e nos Estados Unidos, a expectativa é que a gasolina sintética, inclusive para uso em carros de Fórmula 1, seja adotada experimentalmente a partir de 2025.
Certamente, o projeto “Combustível do Futuro” representa um marco importante na busca do Brasil por uma transição energética e na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Com a elevação dos limites de mistura de etanol e gasolina, a captura e estocagem de CO2, o uso de combustíveis sustentáveis de aviação, a promoção do diesel verde e a exploração de combustíveis sintéticos, o país está adotando uma abordagem abrangente para promover um futuro mais sustentável e responsável ambientalmente.
Além disso, o compromisso do governo brasileiro com a agenda global de combate às mudanças climáticas demonstra a importância dessa iniciativa em nível internacional.