Com o menor volume de chuvas em 90 anos, a crise hídrica entrou para agenda do governo e preocupação das autoridades, o risco seria o reservatório das hidrelétricas esvaziarem por completo. O presidente da Câmara dos Deputados, Arhur Lira (PP-AL), chegou a levantar a necessidade de um racionamento de energia para evitar um apagão, mas voltou atrás e declarou que seria necessário apenas o “uso eficiente”.
“Falei há pouco com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esclareceu que a medida provisória não irá trazer qualquer comando relativo ao racionamento de energia. Será feito o incentivo ao uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária”, escreveu em suas redes sociais.
A Medida Provisória (MP) que Lira se refere deve aumentar o controle dos recursos hídricos pelo Ministério de Minas e Energia.
Lira disse anteriormente que um apagão teria que ser evitado com “um período educativo, de algum racionamento, para não ter nenhum tipo de crise maior”. No mesmo dia voltou atrás e descartou a ideia de racionamento.
Neste cenário o governo deve intensificar as campanhas para incentivar o consumo consciente tanto de energia elétrica quanto de água. Ao todo deve ser investidos R$ 20 milhões.
A conta de luz também deve aumentar devido o acionamento das usinas termelétricas, que usam combustíveis para produção de energia, o que encarece o processo.
A energia produzida pelas usinas hidrelétricas é mais barata, mas a crise hídrica tem limitado a produção devido ao nível dos reservatórios. Por isso, o racionamento de energia foi levantado como hipótese.
A situação é tão crítica que o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) chegou até produzir um alerta de emergência hídrica para os órgãos de meteorologia federais e ao Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Em pelo menos cinco estados a situação é crítica:
Há diferença entre os termos de racionamento e apagão. O primeiro termo se refere uma produção menor de energia em relação ao consumo, já o segundo é um processo inverso, ou seja, um pico de energia, maior do que a quantidade disponível pelas indústrias.
O consumo consciente tem se mostrado uma alternativa diante das usinas hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste fecharam o mês de maio com o nível mais baixo desde 2001, apenas 32,11% da capacidade. Em 2001 o país chegou a passar por um racionamento. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Em maio de 2001, os mesmos reservatórios ficaram em 29,88%. Os reservatórios até apresentaram melhora, mas nos últimos sete anos o mês de maio não ultrapassou 60% da capacidade.