Durante um evento de campanha na cidade de Garanhuns, em Pernambuco, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer comparações entre o atual Auxílio Brasil e o antigo Bolsa Família. Segundo o candidato à reeleição, os gastos com o atual benefício são maiores do que aqueles que governos anteriores faziam.
“O meu governo gastou em 2020 o equivalente a 15 anos do Bolsa Família”, disse ele em discurso para apoiadores. O presidente não deu números exatos, mas é provável que ele esteja se referindo aos gastos com o Auxílio Emergencial, e não com o Auxílio Brasil, que não existia na época. O novo programa foi criado em novembro de 2021.
Ainda no seu discurso, o candidato também criticou o Partido dos Trabalhadores (PT), por, segundo ele, ter votado contra o projeto que cria o Auxílio Brasil no Congresso Nacional. Ele também não explicou de qual projeto estava falando, mas indicou que poderia ser sobre a PEC dos Precatórios, que abriria espaço no orçamento para os gastos com o Auxílio.
A PEC dos Precatórios é um documento que permite que o Governo Federal parcele as dívidas da União com estados, municípios, além de pessoas físicas e jurídicas. O PT votou de maneira favorável ao texto no Senado Federal, e de forma contrária na Câmara dos Deputados. De todo modo, a presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou os senadores pela decisão de votar pelo documento.
Entretanto, vale lembrar que o projeto que cria o Auxílio Brasil é uma Medida Provisória (MP), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e aprovada com o apoio da ampla maioria dos partidos de oposição, incluindo o PT. Além disso, a proposta que eleva os valores do programa para R$ 600 também contou com o apoio do partido.
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro vem falando sobre o Auxílio Brasil de maneira recorrente em seus discursos. O candidato também costuma fazer repetidas comparações entre o atual projeto e o antigo Bolsa Família.
Em um nível de comparação, o atual programa é de fato maior do que o anterior. O antigo Bolsa Família atendia pouco mais de 14 milhões de pessoas quando chegou ao fim em outubro do ano passado. O atual Auxílio Brasil atende quase 21 milhões.
Além disso, o valor também subiu. Hoje, o Auxílio Brasil faz pagamentos mínimos de R$ 600 por família. Mesmo considerando que o patamar poderá cair para a casa dos R$ 400 em janeiro, o projeto ainda pagaria mais do que o antigo Bolsa Família, que chegou ao fim repassando uma média de R$ 189 por família.
No meio desta batalha de narrativas sobre o programa social, o fato é que o Auxílio Brasil do Governo Federal retorna oficialmente nesta semana. Já nesta segunda-feira (19), as liberações acontecem para aqueles que possuem o Número de Identificação Social (NIS) final 1.
Entre os meses de agosto e setembro, o Ministério da Cidadania inseriu mais de 450 mil pessoas na folha de pagamentos. O número é menor do que os 800 mil que a pasta estava esperando. Veja abaixo o calendário detalhado de liberações para este mês:
19 de setembro: Usuários com NIS final 1
20 de setembro: Usuários com NIS final 2
21 de setembro: Usuários com NIS final 3
22 de setembro: Usuários com NIS final 4
23 de setembro: Usuários com NIS final 5
26 de setembro: Usuários com NIS final 6
27 de setembro: Usuários com NIS final 7
28 de setembro: Usuários com NIS final 8
29 de setembro: Usuários com NIS final 9
30 de setembro: Usuários com NIS final 0