Bolsonaro diz que poderá dar “reajuste maior” para salário mínimo

Bolsonaro diz que poderá dar “reajuste maior” para salário mínimo

Presidente disse que, se reeleito, poderá dar um reajuste maior para o salário mínimo. Em seu governo, aumento real só aconteceu uma vez

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que vai trabalhar para pagar um reajuste maior para o salário mínimo. O candidato deu a declaração durante uma entrevista para o Jornal da Record, na Record TV, nesta semana. Na ocasião, o chefe de estado foi questionado sobre a sua posição de não ter dado o aumento real nos últimos anos.

“Foi em função da pandemia, nós gastamos R$ 700 bilhões em 2020, não só para combater o vírus, como os recursos para estados e municípios. Para Auxílio Emergencial. Nós pagamos Auxílio Emergencial para 68 milhões de pessoas em 2020. Não tínhamos como ir além do reajuste equivalente ao da inflação”, disse Bolsonaro.

“Obviamente, como o nosso governo é um governo que não rouba, diferentemente do Lula que roubou a nação em tudo quanto é lugar, nos sobra dinheiro para você, em concordância com projeto junto ao parlamento brasileiro, buscar dar um reajuste maior para o salário mínimo”, completou ele, sem explicar como vai conseguir dar o aumento.

Nos últimos dias, o candidato do PL vem fazendo uma série de sinalizações ao eleitorado mais pobre. Além da questão do salário mínimo, Bolsonaro afirma que vai manter o Auxílio Brasil de R$ 600 e que vai pagar um adicional de R$ 200 para os usuários que conseguirem um emprego. Ele também diz que não vai acabar com projetos como o Farmácia Popular.

Ao mesmo passo, o seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo que vai respeitar o teto de gastos públicos. Na avaliação de boa parte dos economistas, a conta não fecha, já que a quantidade de promessas que estão sendo feitas não cabem dentro dos limites orçamentários que estão dispostos hoje em lei.

Auxílio Brasil

Na mesma entrevista, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que pretende manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 no próximo ano. O plano de orçamento enviado pelo Governo ao Congresso aponta para uma queda para a casa dos R$ 405 a partir de janeiro.

Contudo, Bolsonaro diz que já combinou com membros do poder legislativo e do executivo a continuidade deste valor de R$ 600 para o próximo ano. Esta é uma promessa que ele está usando de forma recorrente nesta campanha presidencial.

“Em acerto com o parlamento, conseguimos mais R$ 200 até o final do ano, e mais ainda: já acertado com o Arthur Lira, já acertado com o Paulo Guedes que temos de onde tirar esses 600 de forma definitiva. Então é a palavra minha, é palavra do Paulo Guedes, é do próprio Arthur Lira, que bota em votação o projeto”, disse ele.

“(o recurso) vem da taxação dos dividendos para quem ganha acima de 400 mil reais. E segundo o Paulo Guedes dá, em cima disso, até para dar uma mexida na tabela do Imposto de Renda. Então está garantida a quantidade de 600 reais. A esquerda, o PT tem pregado por aí que eu vou acabar com o Auxílio Brasil, da mesma forma que pregaram, em 2018, que eu ia acabar com o Seguro Defeso para os pescadores”, completou.

Salário na campanha

Além de Bolsonaro, outros candidatos também prometem mudanças na questão do salário mínimo. O ex-presidente Lula (PT), que lidera todas as principais pesquisas de intenção de voto, diz que vai retomar os aumentos reais, que foram realizados durante os seus governos.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também indica que poderá pagar um salário mínimo com aumento real. Ele diz que este projeto estaria atrelado a um outro plano de criação de renda mínima de R$1 mil por família.

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