Membros do Governo Federal e apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro estão elogiando a decisão do chefe do executivo de aumentar o tamanho do programa. A partir de novembro, a expectativa é que eles irão elevar o patamar médio de pagamentos, por exemplo, dos atuais R$ 189 para cerca de R$ 300.
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Só que essa festa em torno do projeto nem sempre existe. Pelo contrário. De acordo com postagens oficiais de apoiadores do Presidente, o normal até pouco tempo atrás era apostar nas críticas ao benefício. E não eram reclamações relacionadas ao corpo do programa, mas ao uso do mesmo para fins eleitorais.
O próprio Presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer isso em mais de uma oportunidade. Em 2010, por exemplo, ele falou sobre o assunto. “O governo federal dá para 12 milhões de famílias em torno de 500 reais por mês, a título de Bolsa Família definitivo. E aí sai na frente com 30 milhões de votos. Disputar eleições num cenário desses é desanimador, é compra de votos mesmo”.
Hoje, o número de famílias atendidas pelo Bolsa Família é maior. São, de acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 14,6 milhões de beneficiários. Recentemente, aliás, o Ministro João Roma festejou o fato de o Governo Bolsonaro ter conseguido aumentar o tamanho do projeto. Em entrevista, ele disse que não acha que isso seja compra de votos.
Em 2017, durante a pré-campanha presidencial, Bolsonaro disse que acabaria com o projeto. “Nosso povo não precisa de esmolas. Nosso povo precisa de emprego e dignidade! Não te darei o peixe. Vou ensinar a pescar”, disse ele. No entanto, o fato é que o programa acabou ficando maior em seu governo.
Deputados aliados do Presidente Jair Bolsonaro comemoraram quando saiu uma notícia na imprensa afirmando que o valor médio do Bolsa Família subiria para R$ 400. Mas quando o Governo mudou de ideia, eles também elogiaram.
O próprio Presidente Jair Bolsonaro vem apresentando visões contraditórias. No final do ano passado, ele prometeu que não mexeria mais em nenhum programa social. “Vai ser o Bolsa Família até o fim de 2022”.
Este ano, o Governo já encomendou o Auxílio Brasil para ficar no lugar do Bolsa Família. E foi o próprio Presidente Jair Bolsonaro que foi pessoalmente entregar a Medida Provisória do projeto no Congresso Nacional.
Recentemente, aliás, Bolsonaro também disse que o Auxílio Emergencial era “pouco para quem recebe e muito para quem paga”. Ele completou dizendo que o Brasil não poderia comprometer suas contas públicas com novos pagamentos.
Na última semana, o Presidente parece ter mudado de opinião e afirmou que “o Brasil é um país rico e pode continuar pagando benefícios sociais”. No início do ano ele criticou estados que estão repassando projetos sociais para a população carente.
Como argumento, o Presidente disse que isso poderia formar “cidadãos acomodados dependentes do estado”. No entanto, depois dessa fala, o chefe de estado aprovou o retorno do seu próprio Auxílio Emergencial, além de uma prorrogação.
Ainda não foi decidido se o Governo Federal fará uma nova prorrogação do auxílio emergencial. Mas já existem movimentações para saber quais serão os detalhes da nova extensão do programa de transferência de renda do país.
Uma setor do governo já está sugerindo que o poder executivo estenda o auxílio emergencial por mais dois meses, ou seja, com liberações nos meses de novembro e dezembro. Sendo assim, o benefício continuaria até o fim deste ano. Por outro lado, a equipe de João Roma, do Ministério da Cidadania, já fala em mais 6 meses do benefício.
O auxílio emergencial é de extrema necessidade para população mais necessitada, uma vez que o benefício atende aproximadamente 35 milhões de brasileiros. Esse número inclui tanto os usuários informais como também aqueles que fazem parte do Bolsa Família.