Mais de 21 milhões de cidadãos brasileiros estão devidamente registrados para receber as parcelas do Bolsa Família. Contudo, o sistema responsável pelos pagamentos e admissão de beneficiários está em constante evolução, motivado, em grande parte, pela crescente incidência de tentativas de fraude junto ao governo.
Diante desse cenário, o governo optou por aprimorar os métodos de fiscalização do Bolsa Família, que é reconhecido como um dos maiores programas de distribuição de renda global. Em busca de maior eficácia, foram implementadas atualizações nas regras de fiscalização do CadÚnico, porta de entrada para benefícios sociais, incluindo o Bolsa Família.
O novo sistema de fiscalização desses programas contará com a colaboração de representantes de diversos órgãos, entre os quais Ministérios e entidades de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU).
O CadÚnico desempenha o papel crucial de identificar e localizar famílias de baixa renda em todo o território brasileiro. Ele possibilita o acesso delas a benefícios sociais fornecidos pelo governo. Esses benefícios englobam não apenas o Bolsa Família, mas também o Auxílio Gás, o BPC e outros.
Atualmente, o Bolsa Família, como o principal programa de transferência de renda social do país, beneficia aproximadamente 21,45 milhões de famílias em todo o Brasil. O Cadastro Único estabelece as diretrizes para o programa e outros benefícios sociais, além de gerenciar dados e incluir famílias nos programas pertinentes.
Para ingressar no CadÚnico, famílias com renda per capita inferior a R$ 218,00 podem se dirigir a um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Assim, devem apresentar documentos de identificação para todos os membros residentes na mesma casa.
É crucial compreender o conceito de renda familiar, calculada pela soma da renda de todos os residentes, dividida pelo número de moradores. Vale ressaltar que o registro no CadÚnico não assegura a aprovação para receber benefícios, sendo um requisito preliminar essencial.
A estrutura de fiscalização do CadÚnico e do Bolsa Família será composta por representantes de diversos órgãos, englobando:
O propósito central dessa abordagem aprimorada de fiscalização é examinar as informações dos beneficiários registrados nos programas, visando prevenir eventuais práticas fraudulentas. Os membros da rede podem compartilhar dados, desde que estejam em conformidade com a legislação vigente.
A coordenação da rede será de responsabilidade da Secretaria Executiva do MDS. Dessa forma, serão realizadas reuniões trimestrais, presenciais ou por meio de videoconferência, com a participação de todos os representantes dos órgãos envolvidos. Nessas reuniões, outros convidados, como especialistas e representantes de entidades públicas, podem ser convocados.
A participação desses servidores será considerada como uma contribuição relevante para o serviço público e não será remunerada. Além disso, um plano anual de trabalho e relatórios semestrais, contendo informações essenciais sobre o progresso do cronograma, serão elaborados.
Desde o início de 2023, aprimoramentos nos sistemas foram implementados para identificar irregularidades entre os beneficiários do Bolsa Família. O objetivo de evitar a participação indevida de cidadãos não qualificados no programa. Isso incluiu a realização de busca ativa entre milhares de famílias, especialmente aquelas com apenas um membro, para a atualização de dados cadastrais e verificação.
Além disso, ocorreu a integração dos sistemas do CadÚnico e do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), facilitando a verificação da renda das famílias registradas. A organização do comitê de fiscalização contribuirá ainda mais para garantir a veracidade das informações dos beneficiários desses programas de transferência de renda, prevenindo fraudes e assegurando que apenas famílias que atendam aos critérios tenham acesso aos benefícios.