Bolsa Família: Presidente do BC diz que programa vai respeitar teto de gastos
De acordo com Presidente do Banco Central, novo Bolsa Família não vai poder superar o limite do teto dos gastos públicos
O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre a questão dos valores do novo Bolsa Família. De qualquer forma, se depender do Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, os patamares de pagamentos não serão tão altos. De acordo com ele, o país não pode quebrar o teto de gastos públicos para fazer esses repasses.
“Lembrando que não temos recursos públicos para sair da crise com investimentos públicos. Temos de ter investimentos privados e, para ter investimento privado, precisa gerar credibilidade”, disse Campos Neto em um evento promovido pelo jornal Estadão ainda na manhã desta sexta-feira (3).
Essa não é a primeira vez que ele diz isso. Na verdade, existe até uma certa pressão para que o Governo Federal não aumente muito os valores do Bolsa Família. De acordo com membros de órgãos da economia do poder executivo, isso poderia atrapalhar a recuperação fiscal do país neste momento.
Tudo isso significa dizer na prática que o Governo Federal pode ter que pagar novos valores não tão diferentes do que os atuais. Dentro do Ministério da Economia, há quem diga que o novo patamar de pagamentos do projeto vai girar entre R$ 280 e R$ 290. Isso seria menos do que o Presidente Jair Bolsonaro vinha prometendo.
Em entrevistas recentes, o chefe do executivo disse em mais de uma oportunidade que o valor mínimo do novo Bolsa Família será de R$ 300. No entanto, neste momento não se sabe se o Presidente vai mesmo conseguir bancar essa promessa. Uma resposta para essa questão só deve sair no final deste mês de setembro.
Valores atuais do Bolsa Família
Hoje, de acordo com as informações oficiais, o Governo Federal paga uma média de R$ 189 no Bolsa Família. Esse é um valor mensal que as pessoas normalmente recebem desse programa em questão.
Segundo o Ministério da Cidadania, o projeto chega hoje em dia na casa de algo em torno de 14,7 milhões de pessoas. São brasileiros que estão em situação de vulnerabilidade social em condição de pobreza ou mesmo de extrema-pobreza.
Esses números deverão subir a partir de novembro. A grade questão é que ninguém sabe ao certo qual vai ser o tamanho desse aumento. O Governo Federal, como dito, ainda não bateu o martelo sobre esse assunto.
Orçamento
Nesta semana, o Governo Federal enviou para o Congresso Nacional o texto oficial do Orçamento para 2022. E curiosamente, o Palácio do Planalto não está prevendo nenhum aumento de gastos com os pagamentos do Bolsa Família para o próximo ano.
De acordo com membros do poder executivo, isso aconteceu porque o Governo Federal ainda não conseguiu garantir a possibilidade de parcelamento dos precatórios. Pelo menos esse é o argumento que eles estão utilizando até aqui.
Apesar disso, no entanto, membros do Planalto seguem afirmando que irão conseguir pagar o aumento do Bolsa Família. Ainda de acordo com eles, isso deve acontecer de fato a partir do próximo mês de novembro. Esse, aliás, continua sendo o objetivo central.