O ano de 2021 ainda parece longe de acabar, mas já tem gente de olho em 2022. É que o Brasil vai registrar mais uma eleição presidencial. E pelas falas dos presidenciáveis, o programa Bolsa Família poderá estar no centro das discussões a partir do próximo ano. Pelo menos essa é a expectativa.
A situação começa com o próprio Governo Federal. O Presidente Jair Bolsonaro decidiu reformular completamente o programa em questão. Até o nome do projeto deve mudar de Bolsa Família para Auxílio Emergencial. A ideia é aproximar o nome dele do projeto em questão e usar isso como argumento para as eleições do próximo ano.
O objetivo do Governo Federal é aumentar o tamanho do programa. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o projeto atende algo em torno de 14 milhões de pessoas. Isso deverá subir para 17 milhões. Os valores deverão subir para a casa dos R$ 300. Hoje este patamar médio está em R$ 189.
Outra candidatura que deverá apostar muito nesta questão é a do PT. Membros do partido estão trabalhando com a hipótese de que o brasileiro terá uma memória afetiva do programa. É que o formato atual do projeto foi formado durante o Governo do ex-presidente Lula, que deverá se candidatar nas próximas eleições.
Ainda de acordo com informações de bastidores, o partido também está acreditando que o termo Auxílio Brasil não vai pegar. Eles esperam portanto que as pessoas continuem chamando o programa por Bolsa Família. Isso porque eles entendem que esse título teria muito mais ligação com Lula.
No início desta semana, o Governador de São Paulo, João Dória, foi mais um presidenciável a falar sobre o Bolsa Família. Por meio de uma carta, ele chegou a dizer que o seu partido, o PSDB, foi o responsável pela criação do programa alguns anos mais tarde.
“Nos orgulhamos dos oito anos de governo FHC, da consolidação do Plano Real, da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei dos Genéricos, da criação e avanços dos programas sociais que deram origem ao Bolsa Família”, disse o tucano na carta em questão.
Na ocasião, ele também falou sobre os seus próprios projetos sociais. “Criamos o Bolsa do Povo, o Vale Gás, o Alimento Solidário, o Corujão da Saúde e implantamos 1.878 escolas de Tempo Integral, com ensino digital, 8 horas de aulas”, completou um dos pré-candidatos do PSDB.
Se está claro que as eleições terão o Bolsa Família como um dos temas principais, o mesmo não se pode dizer do próprio programa. É que oficialmente ainda não dá para saber o que vai acontecer de fato com o projeto a partir do próximo ano.
Acontece que o aumento do IOF imposto por Bolsonaro banca o aumento nos valores do programa durante os meses de novembro e dezembro deste ano. Para 2022, o assunto ainda precisa passar por uma série de definições e aprovações que dependeriam, em tese, do Congresso Nacional.
De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o aumento do Bolsa Família em 2022 depende da liberação do parcelamento das dívidas dos precatórios. Além disso, ele também fala sobre a questão da aprovação da reforma do Imposto de Renda. Até aqui, não há nada definido sobre esses assuntos.