O Bolsa Família poderá ser retomado a partir de 2023. Depois de mais de um ano de intervalo sem pagamentos, o projeto social poderá voltar para o cenário social do país. Ao menos é o que avalia políticos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliados do ex-presidente Lula (PT), acreditam numa retomada do benefício já a partir do mês de janeiro.
A ideia do PT não é retomar o Bolsa Família com os valores antigos. Em entrevista para o portal de notícias UOL no final da última semana, Lula disse que o seu plano é alterar o nome do projeto, mas manter os R$ 600 que o Auxílio Brasil paga hoje. Para tanto, o petista teria que vencer as eleições em outubro próximo, e logo depois indicar uma fonte de custeio para o benefício.
O Bolsa Família foi um programa social criado pelo ex-presidente Lula ainda no seu primeiro mandato como presidente do país no início dos anos 2000. O projeto fazia transferências de renda em valores que variavam de acordo com a situação de cada família. O benefício chegou oficialmente ao fim em outubro do ano de 2021, quando passou a dar lugar ao Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro.
Na entrevista concedida ao UOL, Lula disse que a mudança de nome do projeto pelo presidente Jair Bolsonaro foi uma “bobagem”. Ele disse ainda que manterá o valor de R$ 600, especificando que o patamar poderá sofrer variações de acordo com o número de integrantes que residem em uma mesma casa. Entretanto, o ex-presidente não explicou exatamente como pretende realizar tal procedimento.
O Bolsa Família e o Auxílio Brasil possuem diferenças que vão além do nome. Segundo informações do Ministério da Cidadania, há contrastes importantes nas estruturas dos dois programas. Veja abaixo:
Valor
Bolsa Família em outubro de 2021: média de R$ 189
Auxílio Brasil em julho de 2022: mínimo de R$ 400
Quantidade de usuários
Bolsa Família em outubro de 2021: 14,5 milhões
Auxílio Brasil em julho de 2022: 18,13 milhões
Há de se considerar nesse contexto a questão da inflação no período. Segundo dados de pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento inflacionário fez corroer o poder de compra dos brasileiros nos últimos anos.
Dessa forma, é possível dizer que mesmo com o aumento no valor do Auxílio Brasil, os usuários acabam podendo comprar menos do que eles compravam no início dos anos 2000, com este mesmo saldo de R$ 400.
Além disso, há de se considerar também o aumento da extrema-pobreza. Hoje, menos pessoas que estão nesta situação recebem auxílios do Governo Federal, comparado ao que acontecia com o Bolsa Família nos tempos do ex-presidente Lula (PT).
De todo modo, é importante lembrar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu aprovar recentemente a chamada PEC dos Benefícios. Entre outros pontos, o texto prevê a elevação nos valores do programa Auxílio Brasil.
Já a partir deste mês de agosto, os usuários receberão os montantes turbinados com um adicional de R$ 200. Assim, cada um receberá um saldo mínimo de R$ 600. Oficialmente as mudanças estão confirmadas apenas até o final deste ano.
Veja abaixo o calendário de repasses do mês de agosto:
9 de agosto: Usuários com NIS final 1
10 de agosto: Usuários com NIS final 2
11 de agosto: Usuários com NIS final 3
12 de agosto: Usuários com NIS final 4
15 de agosto: Usuários com NIS final 5
16 de agosto: Usuários com NIS final 6
17 de agosto: Usuários com NIS final 7
18 de agosto: Usuários com NIS final 8
19 de agosto: Usuários com NIS final 9
22 de agosto: Usuários com NIS final 0