Depois de uma reunião de horas com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), saíram confiantes. Os discursos dos chefes das duas casas agora está esbanjando otimismo para o aumento do Bolsa Família.
Antes desse encontro, por exemplo, Lira vinha criticando o Governo Federal em diversos momentos. E uma das suas críticas mais recorrentes era sobre a suposta falta de pressa do Palácio do Planalto. No entanto, depois dessa reunião, tanto ele como Pacheco agora se dizem mais tranquilos em relação ao programa.
Segundo eles mesmos, o Governo e o Congresso chegaram em um acordo para a PEC dos precatórios. Aparentemente eles irão inserir uma cláusula que aponta um limite para o pagamento dos precatórios. Assim, o Palácio do Planalto poderia encontrar algum espaço para o repasse desse Bolsa Família turbinado.
Agora, os presidentes das duas casas devem começar um processo de convencimento das bancadas para que elas embarquem na ideia. De acordo com informações de bastidores, não se trata de uma tarefa fácil. É que boa parte dos parlamentares acreditam que o que o Governo está fazendo é uma pedalada fiscal.
“Vamos falar sério. Furar o teto por conta dos precatórios já é um fato. A questão é se será com R$ 26 bilhões, transparência e sem calote ou com R$ 50 bilhões, fingindo não furar e dando calote. Dizer que não furou o teto porque empurrou R$ 50 bilhões de despesa obrigatória pro ano seguinte não é sério”, disse o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM).
Diante dessas críticas, Pacheco e Lira estão dando uma série de entrevistas para opinar sobre o assunto. De acordo com os presidentes das casas, o que eles estão tentando fazer para aumentar o Bolsa Família não seria uma pedalada fiscal nem um calote.
“Não é calote, é uma prorrogação, e também não é o parcelamento. É um formato que pode dar uma solução para este problema e tirar este problema porque temos outros para enfrentar”, afirmou Pacheco.
“Temos uma realidade, o cumprimento do teto. Outra hipótese seria retirar precatórios do teto de gastos públicos o que, neste momento, considerando todas as pressões que há em relação a inflação, câmbio e estabilidade do país não seria conveniente”, completou ele
A ideia do Governo Federal é começar os pagamentos do novo Bolsa Família no próximo mês de novembro. O número de usuários e os valores médios dos repasses devem subir de patamar. Pelo menos esse é o objetivo.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, algo em torno de 14,6 milhões de pessoas recebem esse dinheiro. Já o valor médio de pagamentos está na casa dos R$ 185. Pelo menos é o que dizem os dados oficiais.
De acordo com o próprio Presidente Jair Bolsonaro, a ideia é subir esse valor médio para os R$ 300 e o número de usuários para os 17 milhões. Tudo isso vai depender do Congresso Nacional para acontecer. E se depender de Lira e Pacheco, isso está perto de acontecer.