O Bolsa Família é um programa de transferência de renda que tem gerado muitas discussões ao longo dos anos. Enquanto algumas pessoas acreditam que oferecer ajuda em dinheiro para pessoas pobres é uma forma de acomodá-las na vida, outras defendem que esses programas são investimentos sociais.
Neste artigo, vamos explorar a eficiência do Bolsa Família, analisar casos de sucesso e discutir os impactos desse projeto.
O Bolsa Família foi criado em 2003 e, em outubro deste ano, completa 20 anos de existência. O principal objetivo do programa é atender pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, especialmente aquelas que se encontram na linha da pobreza e extrema pobreza, e que na sua maioria não possuem emprego fixo.
Durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa foi retomado e passou por diversas melhorias. Nos últimos dois anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil, que aumentou o valor do pagamento de R$ 218 para R$ 400 e ampliou o número de beneficiários de 14 milhões para mais de 20 milhões de famílias.
Em janeiro de 2023, o governo Lula propôs e conseguiu aprovação no Congresso Nacional para aumentar o valor do Bolsa Família de R$ 400 para R$ 600. Além disso, foram introduzidos benefícios por composição familiar. Atualmente, o programa atende a aproximadamente 21,14 milhões de famílias.
O valor liberado no Bolsa Família considera a composição familiar. A ideia por trás desse critério é garantir uma ajuda maior para as famílias que possuem crianças e gestantes, pois a equipe de assistência social acredita que o auxílio precisa ser maior para quem precisa cuidar de mais pessoas.
O cálculo do benefício é feito da seguinte forma:
A eficiência do Bolsa Família tem sido objeto de debate nos últimos anos. Em abril de 2022, uma pesquisa realizada pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social revelou que apenas 1 em cada 5 dependentes continuava sendo atendido pelo programa após 14 anos. Essas pessoas são conhecidas como “filhos do Bolsa Família”.
O termo é usado para se referir aos filhos daqueles que recebem o benefício. O programa é transferido para um adulto maior de 16 anos, que é usado como representante da família e responsável pela inscrição de todo o grupo no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Apesar das críticas e debates em torno da eficiência do Bolsa Família, existem casos de sucesso que demonstram o impacto positivo desse programa de transferência de renda na vida das pessoas. Uma reportagem da BBC News Brasil trouxe a história de Dener Silva Miranda, de 31 anos, que mora em Parnaíba.
Os pais de Dener começaram a receber o Bolsa Escola nos anos 2000, criado durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e logo em seguida passaram a ser beneficiados pelo Bolsa Família. Atualmente, Dener trabalha como engenheiro de software e atua remotamente para uma empresa em Los Angeles, nos Estados Unidos. Sua irmã, Vitória, de 23 anos, estuda Medicina em São Paulo com uma bolsa do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Dener afirma que foi o programa de transferência de renda que lhes garantiu o mínimo para sobreviverem.
Ademais, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda que tem gerado polêmicas e impactos sociais ao longo dos anos. Enquanto alguns acreditam que o programa acomoda os mais pobres, há casos de sucesso que mostram como o benefício pode transformar a vida das pessoas, proporcionando oportunidades de estudo e trabalho.
A eficiência do programa continua sendo debatida, e é fundamental que sejam realizadas análises e pesquisas para avaliar seus impactos e fazer melhorias contínuas. O objetivo é garantir que o Bolsa Família seja um instrumento efetivo de combate à pobreza e de promoção da inclusão social.
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