Uma coisa é ganhar mais, outra coisa é saber se esse aumento está sendo compensatório. Esse é um sistema que vale muito em qualquer situação. É que, em tese, não é só o aumento em si que garante uma melhor qualidade de vida. Isso serve para uma série de situações dentro do país, inclusive para o Bolsa Família.
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Tomando como base dados do Ministério da Cidadania, do Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas (Ipea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) dá para ter uma noção disso. Por essas informações, é possível dizer que o poder de compra de quem recebe o Bolsa Família caiu.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, os usuários do programa em questão ganham uma média de R$ 189 mensais. Esse valor não é muito diferente do que se viu em anos anteriores. Na verdade, ele está até um pouco acima da linha mediana de pagamentos da história do projeto social.
No entanto, quando se avalia a questão do poder de compra a situação muda. De acordo com esses dados, essa é o pior momento para os usuários em 5 anos. Hoje, pelos dados oficiais, um mês de Bolsa Família é suficiente para comprar apenas cerca de 30% de uma cesta básica mensal para uma única pessoa no país.
A situação fica ainda pior quando se sabe que essas pessoas não precisam comprar apenas comida. Há outros itens essenciais como materiais de limpeza e de higiene pessoal, por exemplo. Outro ponto que precisa ser levado em consideração é o aumento no custo de vida do país. Conta de luz, botijão de gás e gasolina, por exemplo, são itens que estão notadamente mais caros.
De acordo com membros do Governo Federal, isso deve acabar em breve. Em entrevistas, eles estão garantindo que a situação vai melhorar a partir do próximo mês de novembro. É que eles pretendem lançar o programa Auxílio Brasil.
Para quem ainda não sabe, esse é o projeto que deve substituir a atual versão do Bolsa Família. Na prática, ele também deve ficar no lugar do Auxílio Emergencial, que também deve chegar ao fim em outubro. Pelo menos é o que se sabe até agora.
De acordo com o Governo, o valor médio do programa deverá subir dos atuais R$ 189 para cerca de R$ 300. Caso isso aconteça, então os usuários do projeto teriam um notório aumento do poder de compra, mesmo considerando os números da inflação neste momento.
No entanto, dentro do Palácio do Planalto já não se nega que esse novo Bolsa Família não vai ter espaço para todo mundo. De acordo com informações de bastidores, o programa vai ter capacidade de atender algo em torno de 17 milhões de pessoas.
E considerando que o Bolsa Família atual e o Auxílio Emergencial irão chegar ao fim, a conta não fecha. Dá para dizer, portanto, que muita gente que hoje recebe algum tipo de benefício do Governo vai ficar sem nada a partir de novembro.
Em entrevista recente, o Ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que cerca de 25 milhões de pessoas passarão por essa situação. Para tentar amenizar o problema, ele disse que vai tentar conseguir a prorrogação do Auxílio Emergencial por mais alguns meses.