O projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados cria um fundo com aporte de até R$ 20 bilhões, que poderá ser feito pela União para cobrir as despesas da bolsa de estudos. Esse fundo visa fornecer assistência financeira aos estudantes de baixa renda, incentivando-os a permanecerem na escola e concluírem o ensino médio. O texto do projeto prevê o pagamento de dois tipos de auxílio, cujos valores ainda serão definidos.
O primeiro auxílio será pago mensalmente, ao menos por nove meses ao ano, e poderá ser sacado a qualquer momento. Esse auxílio tem como objetivo fornecer suporte financeiro contínuo aos alunos, permitindo que eles tenham acesso a recursos para suas necessidades básicas enquanto estudam. Além disso, o projeto prevê um pagamento anual ao final da conclusão de cada ano letivo. No entanto, o saque desse auxílio só poderá ser feito após a conclusão de todo o ensino médio.
Para receber a bolsa de estudos, o aluno deverá ter uma frequência escolar de pelo menos 80% dos dias letivos, aumentando para 85% em até três anos após o início do programa. Essa frequência é superior aos 75% atualmente exigidos para a aprovação escolar. Além disso, o benefício será concedido aos estudantes regularmente matriculados no ensino médio das redes públicas e que sejam de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) dos programas do governo federal. A prioridade será dada aos alunos de famílias com renda per capita mensal de até R$ 218. O incentivo também poderá ser pago aos estudantes da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), desde que tenham entre 19 e 24 anos.
A seleção dos alunos beneficiados pela bolsa de estudos será baseada nos critérios de inscrição do CadÚnico. Além disso, outros critérios poderão ser estabelecidos em regulamento do Executivo, levando em consideração a vulnerabilidade social, a idade do estudante e a modalidade de ensino. É importante ressaltar que a relação dos estudantes beneficiados deverá ser disponibilizada na internet com acesso público, garantindo a transparência do programa.
O valor do auxílio a ser pago aos estudantes será definido periodicamente pelo Executivo federal por meio de regulamento, levando em consideração a dinâmica socioeconômica do país e estudos técnicos sobre o tema. De acordo com o governo, estima-se que o auxílio seja de aproximadamente R$ 200 mensais, iniciados quando a matrícula for efetivada. Além disso, está previsto o pagamento de R$ 1 mil ao final da conclusão de cada ano letivo, após a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio.
Os recursos para financiar essa política de bolsa de estudos virão dos superávits financeiros do Fundo Social (FS). Esse fundo foi criado para receber recursos provenientes da exploração do petróleo do pré-sal e prevê o financiamento de ações em áreas como saúde pública, ciência e tecnologia, meio ambiente e mudanças climáticas. O projeto de lei autoriza o uso de recursos do Fundo Social, que somam R$ 18,7 bilhões, representando o total de superávit apurado entre 2018 e 2022, de acordo com cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional.
A aprovação desse projeto de lei representa um avanço significativo na luta contra a evasão escolar e a desigualdade educacional no Brasil. De acordo com o Censo Escolar de 2019 a 2022, a evasão escolar no ensino médio foi, em média, de 8,8% no 1º ano, 8,3% no 2º ano e 4,6% no 3º ano. Esses números são preocupantes e mostram a necessidade de medidas para incentivar a permanência dos estudantes na escola.
A bolsa de estudos para alunos de baixa renda busca enfrentar esse desafio, oferecendo suporte financeiro aos estudantes e suas famílias. Ao garantir que nenhum aluno precise escolher entre levar comida para casa ou terminar seus estudos, essa iniciativa fortalece a confiança na educação como um investimento valioso para o futuro do país.
A bolsa de estudos para alunos de baixa renda é uma importante política pública que visa incentivar a permanência e a conclusão escolar no ensino médio. Com a aprovação desse projeto de lei, os estudantes brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras terão a oportunidade de continuar seus estudos e buscar um futuro melhor.
Através desse programa, a evasão escolar será reduzida, a escolaridade da população será ampliada e a desigualdade educacional será combatida. A transparência na seleção dos beneficiados e o uso dos recursos do Fundo Social garantem a efetividade e a sustentabilidade desse programa.
Investir na educação é investir no desenvolvimento do país. A bolsa de estudos para alunos de baixa renda é um passo importante nessa direção, proporcionando oportunidades iguais para todos os estudantes brasileiros e construindo uma sociedade mais justa e equitativa.