Educação

Benefícios do aprendizado da letra cursiva

A alfabetização com a letra cursiva era muito comum entre os anos 70 e 80.

Já no final da década de 80 e começo dos anos 90, ela deixou de ser popular e ficou mais de 20 anos sem muito prestígio nas salas de aula. 

Os professores que eram a favor ensinavam quase que de maneira escondida e os que não eram adeptos, não curtiam o tempo gasto para ensiná-la, porque era de fato trabalhoso. 

Até os dias de hoje, muitos utilizam o mesmo argumento: para que ensinar a letra cursiva se os estudantes têm mais contato com a letra de imprensa ou bastão para leitura nas mídias? 

Antigamente por conta da abertura do país às novas possibilidades, inclusive uma delas foram as novas teorias educativas que demoraram muito tempo para serem de fato compreendidas.

Dentre alguns mitos que apareceram, o fim da letra cursiva ser benéfica ao aluno foi um deles. Se ela não tivesse caído no desuso, muito provavelmente não saberíamos hoje em dia o que sabemos sobre a letra cursiva. 

Durante esse período que ela ficou em “stand-by” ajudou estudiosos e professores a entenderem que ela fazia falta e corrobora para o aluno ser desenvolvido na escola de várias maneiras.  

Abaixo, você pode conferir alguns fatores que contribuíram para o retorno da letra cursiva às escolas. 

Melhora as conexões neurais

Nunca o cérebro foi tão relacionado antes à aprendizagem como atualmente. A letra cursiva incentiva o cérebro de uma forma que a digitação e a letra bastão não conseguem. 

Ela consegue criar uma relação entre os hemisférios direito e esquerdo, propiciando inputs que aperfeiçoam a atenção, a linguagem e a memória de trabalho.

Colabora para as habilidades motoras

Através da utilização da letra cursiva, a criança aprende a força necessária na relação lápis e papel, o ângulo e melhor posição para executar a escrita manual e ainda consegue desenvolver um senso motor expressivo para que a escrita tenha a fluência da esquerda para a direita.

Melhora a retenção de memória

Escrever em letra cursiva promove o melhor raciocínio sobre o que está sendo escrito. A atividade abrange ainda a interpretação e a retenção de informações. 

Quando comparada à digitação, por exemplo, por levar maior tempo, faz a elaboração do conteúdo ser melhor absorvido, por conta do período que o cérebro necessita para interpretar. 

Ativa o processamento de imagens, por ter um traçado pré-definido e desenhado, fortalecendo ainda mais a retenção de memória.

Aperfeiçoa a interpretação e a ortografia

O fato de ser sempre escrita da esquerda para a direita, ter um compasso, com o devido espaçamento entre palavras, facilita a leitura. 

A atenção usada para fazê-la desenvolve a atenção e colabora ainda para o uso da memória muscular por causa do traçado tão específico e rebuscado das letras, corroborando na ortografia. 

Alguns estudos, comparam a memória muscular da cursiva ao ato de tocar um piano. Assim como um pianista que desenvolve memória muscular pela repetição de movimentos, o aluno também o faz, mas aliando à linguagem.

Facilita a aprendizagem para alunos com dificuldade

Certos transtornos de aprendizagem se beneficiam com a letra cursiva. Crianças com dislexia, por exemplo, tendem a ter dificuldade em diferenciar p e b, por conta de sua grafia visual. 

Na letra cursiva o traçado dessas letras é bastante diferente, o que facilita sua distinção.

Alguns outros benefícios ainda são explorados no uso deste tipo de letra em todas os períodos da alfabetização, entre eles: 

  • Melhoria da coordenação viso-motora;
  • O aprimoramento da criatividade e da produção autoral;
  • Melhoria dos resultados em avaliações;
  • Diminuição dos erros de escrita.

Para surtir o efeito pretendido, é necessário que seja estimulada desde a educação infantil, ainda antes da alfabetização da criança, porque estimula o lobo occipital, responsável pelo reconhecimento das letras. 

Trata-se do primeiro contato da alfabetização do ponto de vista neural. No começo, as letras e movimentos devem ser integrados a atividades lúdicas e em pequenas quantidades, passando progressivamente para algo mais formal. 

Crianças que aprendem a letra cursiva, independentemente do ponto de alfabetização, apresentam melhores resultados escolares, justamente pela busca de resultados neurais e não da alfabetização em si. 

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