Economia

Banco Central pretende liberar o uso do Pix internacionalmente

O PIX, sistema de pagamentos e transferências instantâneas desenvolvido pelo Banco Central (BC), já é popular por todo o Brasil, principalmente entre os jovens. Nesta sexta-feira (14) Roberto Campos Neto, presidente do BC, repetiu que a instituição está avançando nos diálogos sobre uma possível moeda digital.

O presidente do Banco Central, também ressaltou a importância da atuação dos bancos centrais mundiais ocorrer de maneira integrada. Segundo ele, isso é de suma importância para que as diferentes moedas possam ser negociadas entre todos os países de maneira mais eficiente.

Mas afinal, o que as moedas digitais têm a ver com o PIX? O que acontece, é que o Banco Central já divulgou muitas vezes seus planos de elevar o sistema a um outro patamar. A instituição deixou bem claro que tem grandes projetos para aprimorar o recurso PIX e aumentar a possibilidade para os usos do sistema.

Em palestra no Latin America Disruptive Tech Founders & CEO Virtual Summit 2021, promovido pelo Bank of America, Campos Neto afirmou: “Temos um projeto para que, no futuro, o PIX possa fazer transferências para outros países. Mas dependemos do avanço nas discussões sobre o lançamento de moedas digitais por outros bancos centrais”

As moedas digitais dos governos

Moedas digitais produzidas por governos ou bancos centrais estão em um futuro não tão distante, mas elas não funcionam como as criptomoedas conhecidas, como Bitcoin. Isso acontece pelo fato delas centralizarem o poder ao Banco Central do país, ao invés de distribuí-lo pelas redes ou entregá-lo a um órgão privado.

A ideia por trás da adoção de moedas digitais pelos governos é bem simples. Ao invés de manter uma conta corrente em um banco, as transações bancárias poderiam ser feitas diretamente em um Banco Central. Essas transações aconteceriam por meio de uma interface similar a de aplicativos como Alipay ou Venmo.

Atualmente, mais de 50 países estão explorando a adoção de moedas digitais, recentemente as Bahamas também lançaram sua moeda digital. A China, por exemplo, já colocou em prática o projeto piloto do Yuan digital para mais de 500 mil pessoas. Enquanto os Estados Unidos, por sua vez, já estão desenvolvendo uma espécie de dólar eletrônico.

Motivações para um Banco Central adotar uma moeda digital

A principal motivação para governo e Banco Central de cada país criar uma moeda digital é o medo de perder o controle das finanças da população. Imagine que pagamentos, depósitos e empréstimos agora em vez de serem feitos por bancos comuns são por meios digitais privados. O que aconteceria aos bancos centrais?

De forma simples, o Banco Central do país passará por dificuldades na hora de interferir nos ciclos da economia, bem como, injetar fundos em momentos de crise. Existem certas redes privadas que são muito voláteis e mal administradas, o que pode gerar fraudes e violações de privacidade aos usuários.

Outra grande motivação é a proposta de um sistema financeiro melhor. Enquanto hoje, problemas como, a falência de bancos, o bitcoin não ser totalmente difundido no dia-a-dia dos pagamentos convencionais e cartões de crédito muito caros, são comuns. Moedas digitais controladas por um Banco Central podem fazer sucesso, desde que os Estados utilizem meios de pagamentos centralizados.

Por fim, as moedas digitais dos governos poderiam cortar despesas que somadas chegam a mais de US$ 350 por ano para cada habitante da Terra. Essas moedas digitais, poderiam também permitir que os governos façam pagamentos instantâneos aos cidadãos e diminuam as taxas de juros a níveis negativos.