O Banco Central (BC) revisou suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023. A autarquia acredita que a atividade do país deverá ser ainda mais forte que o esperado neste ano.
De acordo com o BC, o Brasil deverá registrar um crescimento de 2,9% do PIB em 2023. A última estimativa apontava que o avanço seria de 2,0% neste ano, ou seja, houve um crescimento de 0,9 ponto percentual entre os prognósticos. A propósito, a informação consta no relatório de inflação do terceiro trimestre, cuja divulgação ocorreu nesta quinta-feira (28).
O BC revelou quais foram os principais fatores que impulsionaram as estimativas para o crescimento do PIB brasileiro em 2023. Em resumo, o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre surpreendeu a autarquia e garantiu a melhora das projeções para este ano.
“A revisão decorre da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre“, informou o Banco Central.
A saber, o PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços do país. Nesse caso, não é levado em consideração, por exemplo, a nacionalidade de quem fez tal bem ou serviço. O principal objetivo desse indicador é medir o comportamento da economia.
Na última segunda-feira (25), o Banco Central (BC) também divulgou as projeções de analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do Brasil. A publicação, chamada de relatório Focus, é divulgada semanalmente, trazendo atualizações das estimativas do mercado.
Nesta semana, os analistas elevaram suas projeções para o (Produto Interno Bruto) PIB brasileiro em 2023. Em suma, a economia brasileira deverá crescer 2,92% em 2023, taxa superior a da semana passada (2,89%), e bem semelhante às projeções do BC. Esta foi a quinta semana de alta.
Além disso, essa também foi a primeira vez que os analistas estimaram um crescimento do PIB em 2023 superior ao resultado do ano passado (2,90%). O dado é bastante surpreendente, visto que, alguns meses atrás, as projeções indicavam um avanço de apenas 1,00%.
No dia 1º de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o PIB do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023. O resultado foi menor que o registrado no trimestre anterior, quando a economia cresceu 1,8%.
No entanto, o que chamou a atenção não foi a desaceleração da atividade econômica, que já era esperada, mas o avanço ter vindo bem acima do esperado pelo mercado, já que os analistas estimavam um crescimento de 0,4% do PIB no período.
O resultado superou as expectativas e animou o mercado e o governo federal. Por isso que houve crescimento das estimativas para o desempenho do PIB em 2023. Aliás, o resultado deverá ser ainda melhor que o registrado no ano passado (2,9%).
Já para 2024, as projeções para o crescimento do PIB foram um pouco mais modestas. Em síntese, o Banco Central divulgou pela primeira vez suas estimativas para a economia do país em 2024. Segundo a autarquia, o PIB brasileiro deve crescer 1,8% no ano que vem.
As projeções do BC são mais otimistas que a dos analistas do mercado financeiro, uma vez que o relatório Focus revelou que as estimativas dos analistas são de um avanço de 1,50% do PIB brasileiro no ano que vem.
Os dados mais fracos em 2024 deverão acontecer, principalmente, pelos seguintes motivos:
Embora o relatório trimestral do Banco Central tenha indicado um crescimento de 2,90% do PIB brasileiro em 2023, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, arredondou esses números para 3,00%.
Durante sua participação em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente do BC disse que os analistas estão se mostrando mais pessimistas em relação ao PIB do Brasil. Isso abre espaço para que as estimativas sobre o crescimento da economia brasileira sejam mais positivas.
“O que nos faz pensar que as reformas estruturais de vários governos tem tido impacto, e que o crescimento potencial pode ser revisado para cima“, afirmou Campos Neto.