Economia

Banco Central aponta que economia recuou quase 1% em janeiro

De acordo com dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado hoje (17) pelo Banco Central (BC), houve uma queda de quase 1% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado.

De acordo com o índice, a economia brasileira sofreu uma queda de 0,99%, considerando o percentual já dessazonalizado para compensar eventuais diferenças entre os períodos, como o número maior de feriados ou fins de semana. Com a variação, o indicador fechou o mês em 138,48 pontos.

Os dados do IBC-Br incorporam informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia. Estes setores são: a indústria, o comércio e os serviços e a agropecuária, além de dados sobre o volume de impostos. Segundo o BC,  na comparação com janeiro de 2021, o IBC-Br registrou variação positiva de 0,01%. Na comparação com os três meses anteriores, o IBC-Br ficou em 0,19% e no acumulado em 12 meses avançou 4,73%.

O índice, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), consiste em uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a taxa Selic, essa sofreu outro aumento ontem (16) pelo banco em 11,75% ao ano.

Alta da taxa Selic na economia

A taxa Selic já vem sendo alvo de alterações já a algum tempo, com isso, essa será a nona alteração consecutiva da mesma. Além disso, este é o maior nível desde abril de 2017, quando a mesma se encontrava a 12,25% ao ano. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Assim, depois de três aumentos seguidos de 1,5 ponto porcentual, a taxa foi elevada em 1 ponto.

Dos meses de março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto porcentual em cada encontro. Já no início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião a fim de suavizar o aumento da taxa.

Contudo, mesmo com a decisão do dia 16, a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos em alta. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.

Em agosto de 2019 a Selic voltou a ser reduzida, até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Previsão do PIB é revista

Nesta quinta-feira, o Ministério da Economia diminuiu também a previsão de crescimento do PIB brasileiro para este ano. Com essa redução, a estimativa de crescimento foi de  2,1% para 1,5%. Para o próximo ano a projeção continuou a mesma de antes, com crescimento de 2,5%.

Além da redução do PIB, o governo aumentou a previsão da inflação para este ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 4,7% para 6,55%. O principal motivo para esses aumentos, tanto na inflação quanto no IPCA, se dá devido ao atual estado de crise na economia ocasionado pelo período de guerra na Ucrânia.