Conforme informações oficiais do Banco Central do Brasil (BCB), o mercado de trabalho continua em processo de recuperação. Embora em intensidades diferentes, a melhora é apontada tanto pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).
Em documento divulgado oficialmente, a instituição aponta que, apesar de persistirem dificuldades de avaliação do cenário, dadas as mudanças metodológicas nessas duas fontes de informações, desenvolvimentos recentes contribuem para aperfeiçoar as estatísticas e favorecem a análise. Na PNAD Contínua, a taxa de resposta aumentou com o retorno parcial das entrevistas presenciais e houve revisão do método de calibração.
Por outro lado, no Novo Caged, a solidificação do sistema eSocial para captação de declarações Mudanças metodológicas no Caged e na PNAD Contínua em 2020 e diferenças entre essas fontes foram discutidas em relatórios anteriores, ressalta o Banco Central do Brasil (BCB).
A taxa de resposta da PNAD Contínua, próxima a 90% antes da pandemia, diminuiu durante o período de coleta exclusivamente por telefone, entre a segunda quinzena de março/2020 e junho/2021.
Após chegar a apenas 52,5% no primeiro trimestre de 2021, esforços do IBGE e a retomada parcial das entrevistas presenciais a partir de julho permitiram aumento gradual da taxa de aproveitamento da pesquisa, que superou 75% no trimestre terminado em setembro.
Em novembro, o IBGE alterou o método de ponderação da PNAD Contínua, incorporando calibração por sexo e grupo etário, e divulgou as séries históricas revisadas. A alteração ajuda a mitigar viés de disponibilidade relacionado a essas características. A esse respeito, ver notas explicativas do IBGE em sobre empregos formais também atua no mesmo sentido.
A taxa de desocupação medida pela PNAD Contínua mensalizada seguiu recuando no terceiro trimestre, como resultado da aceleração da população ocupada, em recuperação mais rápida que a força de trabalho no período.
Além disso, os dados apontam que houve aumento das ocupações formais e informais, em linha com a gradual normalização das atividades. Contudo, a população ocupada e a força de trabalho ainda estão em patamares inferiores aos observados antes da pandemia e aos que seriam esperados dado o crescimento demográfico da população em idade de trabalhar.
Esse fato está associado à retomada mais tardia das atividades que exigem interação social, que foram as mais atingidas pela pandemia e são intensivas em trabalho, informa o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial disponibilizado em sua plataforma.