Banco Central decide deixar taxa de juros em 13,75% ao ano
A manutenção da Selic tem como objetivo frear a inflação
O Banco Central do Brasil (BC), divulgou nesta terça-feira (09/05), a ata relativa à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada. A princípio, houve a decisão de manter a taxa de juros básica da economia, Selic, em 13,7% ao ano. O relatório é divulgado na semana seguinte à decisão, e detalha o cenário econômico atual.
Vale ressaltar que o mercado financeiro tem aguardado com ansiedade a reunião do Copom, tendo em vista que a taxa Selic influencia a economia nacional como um todo. O Banco Central afirma que apesar de haver números positivos, ele teve uma certa cautela, já vista em alguns meses atrás, e manteve os juros básicos anuais.
De fato, a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75%, leva em consideração alguns aspectos, principalmente sobre os índices inflacionários do país. Há uma forte ligação entre os juros e a inflação, sendo que a alta do índice é utilizada com o objetivo de combater o aumento de preços no Brasil.
Como mencionado, o mercado esperava por uma redução na taxa Selic na reunião do Copom da semana passada. Estimava-se uma redução no índice ainda no primeiro semestre de 2023. Deve-se observar que a inflação apresentou números abaixo do esperado. Além disso, houve no período uma retração econômica.
Consequência da alta dos juros
A alta da taxa Selic, pode por um lado, auxiliar na redução da inflação no país. Por outro, há, como consequência, uma diminuição da atividade econômica como um todo, além de restringir o mercado de crédito. Dessa forma, há menos investimentos no país e um menor consumo, afetando o produto interno bruto (PIB). O mercado, por essa razão, critica a decisão da última reunião do Copom.
A saber, o Copom fez um anúncio na semana passada no qual pedia serenidade e paciência ao mercado financeiro. O Banco Central reconheceu os esforços do Governo Federal, do qual é independente. A instituição destacou a proposta do Palácio do Planalto de uma nova regra fiscal.
No entanto, o Banco Central disse que não existe uma relação entre os índices inflacionários do país e a aprovação do arcabouço fiscal. De acordo com o Copom, é menos provável que haja uma alta de juros no futuro próximo, se a inflação continuar a subir. Estima-se que o cenário atual é de uma redução de preços.
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para decidir se aumenta, reduz ou mantém a taxa Selic. Ele é formado pelos diretores do Banco Central. Essa é a primeira vez que ele se reúne após o anúncio do marco fiscal do Governo Federal, o que trouxe inúmeras expectativas para o mercado financeiro.
Inflação no país
De acordo com o Relatório Focus, levantamento semanal do Banco do Brasil que contém um resumo sobre as expectativas do mercado, os bancos e as consultorias do país esperam que a inflação no fim do ano bata os 6%. A saber, para o ano de 2024, estima-se que a pressão inflacionária fique em torno dos 4,16%.
Nessa estimativa, é importante salientar que os índices estão acima do previsto da meta da inflação de 2023 que é de 3,25% e de 2024 que é de 3%. Dessa maneira, o Banco Central deverá tomar uma decisão sobre a taxa Selic levando estes números em consideração, o que pode fazer com que os juros ainda continuem altos.
Taxa Selic
O Copom não alterou a taxa Selic pela sexta vez consecutiva, a terceira este ano. A base aliada do governo vem criticando a manutenção dos juros, dizendo que ela prejudica exponencialmente a economia do país. O Banco Central se justifica afirmando que toma a decisão devido a inflação, a situação fiscal e o aumento da taxa de juros nos EUA.
Em conclusão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado a taxa de juros básica da economia nacional e a independência do Banco Central, com Roberto Campos Neto à frente da instituição. Lula diz que por ele, já havia reduzido a taxa Selic há muito tempo, com o objetivo de desenvolver a economia do país.