De acordo com divulgação oficial do Banco Central, o Copom prevê um cenário de inflação elevada e uma recuperação lenta para a economia nacional.
A alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, informa o BC, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada.
Além desses desenvolvimentos, desde a última reunião houve alta substancial dos preços internacionais de commodities energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real, sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do Comitê tanto para 2021 quanto para 2022, informa o Banco Central do Brasil em seu site oficial.
As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 9,0%, 4,4% e 3,3%, respectivamente, ou seja, existe uma previsão de melhora na economia financeira, considerando o cenário básico.
O BC ressalta que no cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de USD/BRL 5,602, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023.
Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,75% a.a. neste ano e para 9,75% a.a. durante 2022, terminando o ano em 9,50% a.a., e reduz-se para 7,00% a.a. em 2023.
Nesse cenário, o Banco Central informa que as projeções para a inflação de preços administrados são de 17,1% para 2021, 5,2% para 2022 e 5,1% para 2023. Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023.
O cenário básico do Copom para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções, informa o Banco Central do Brasil. Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico.
Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país, analisa o Copom, de acordo com informações do BC.