Apenas 8,2% do dinheiro esquecido em instituições financeiras liberado pelo Banco Central (BC) foi sacado pelos cidadãos. Segundo informações da instituição, a primeira rodada de liberação contou com a entrega de R$ 3,9 bilhões para os cidadãos. Destes, apenas pouco mais de R$ 321 milhões foram movimentados até aqui.
Há pouco mais de dois meses, o BC lançou o Sistema de Valores a Receber (SVR). Nele, cidadãos de todo o país tiveram a oportunidade de consultar os saldos que poderiam estar disponíveis em instituições financeiras. O site que gerou a consulta chegou a ficar fora do ar e sofrer com instabilidades justamente devido ao excesso de procura.
Todavia, a alta busca pelas informações não se traduziu nos números dos saques realizados até este momento. Em números brutos, o BC afirma que pouco mais de 3,6 milhões de brasileiros solicitaram o saque. Além disso, pouco mais de 19 mil empresas também realizaram a mesma solicitação.
O maior volume dos saques é referente aos pedidos das pessoas físicas, que já somam pouco mais de R$ 306 milhões em retiradas do dinheiro esquecido. Entre as empresas, o volume é notadamente menor. Segundo o Governo Federal, pouco mais de R$ 15 milhões foram retirados a partir de números de CNPJ.
O SVR é um sistema que deve ser dividido em duas fases. A primeira já chegou ao fim e permitiu a consulta da primeira metade do dinheiro. Outros pouco mais de R$ 4 bilhões deverão ficar disponíveis para consultas já a partir dos próximos dias. No entanto, não há ainda uma data para o início do novo processo pelo Banco Central (BC).
O cidadão que procurar o site oficial do SVR neste momento, perceberá que todo o sistema está suspenso agora. Há uma greve de funcionários do BC acontecendo neste exato momento, e de acordo com os servidores, não há prazo para o fim da paralisação.
Segundo o Banco Central, a greve afeta diretamente o Sistema de Valores a Receber. Parte dos servidores que estão com os braços cruzados, trabalhavam no processo de atualização do site, que não chegou a ser concluído nos últimos dias.
O plano inicial do Governo Federal era começar o processo de consulta da segunda rodada do sistema ainda no último dia 2 deste mês de maio. No entanto, a greve adiou os planos. Como dito, ainda não há um prazo para o retorno.
De qualquer forma, o Banco Central (BC) afirma que a segunda etapa do processo deverá acontecer ainda neste ano de 2022. Eles afirmam que fontes de novos valores perdidos serão incluídos na nova fase da procura.
Assim, mesmo as pessoas que procuraram o dinheiro e não encontraram nada na primeira fase, terão a oportunidade de encontrar na nova etapa. Tarifas cobradas indevidamente, por exemplo, podem estar disponíveis.
Além disso, o BC afirma que também poderá incluir na nova fase de consulta, valores como contas encerradas com o saldo disponível, entidades em liquidação extrajudicial, Fundo Garantidor de Crédito e o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito.