Nesta quinta-feira (29), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) divulgou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como referência para o reajuste de aluguéis, registrou uma queda de 1,93% em junho.
Essa notícia traz informações importantes sobre a variação dos preços no setor imobiliário e pode impactar diretamente os contratos de aluguel em todo o país.
O IGP-M é um indicador econômico que mede a variação média dos preços de produtos e serviços ao longo do tempo. Ele é amplamente utilizado como referência para o reajuste dos aluguéis, sendo um fator essencial na negociação entre proprietários e inquilinos.
Assim, com a queda registrada em junho, bem como em abril e maio, essa redução pode representar uma diminuição nos valores dos aluguéis em muitas regiões.
Vale ressaltar que, a deflação apresentada pelo IGP-M não era observado desde fevereiro de 2018.
Enfim, se você, assim como milhares de brasileiros, participa do mercado de alugueis de imóveis, continue com a gente essa leitura. Vamos esclarecer aqui muitas questões relacionadas que, sem dúvidas, vão te interessar.
Observação importante
Antes de tudo, é importante desenvolver mais a respeito dessa queda considerável que o IGP-M vem apresentando.
Dessa forma, como mencionamos, o indicador continua a registrar deflação pelo terceiro mês consecutivo, seguindo a tendência de queda observada nos meses de maio e abril, em que apresentou reduções de 1,84% e 0,95%, respectivamente.
Os dados revelam uma trajetória de queda consistente ao longo de 2023, com uma queda acumulada de 4,46% até o momento.
Além disso, o índice mostra um recuo ainda mais significativo quando consideramos o acumulado dos últimos 12 meses, chegando a 6,86%.
Esse valor representa o menor patamar registrado desde o início da série histórica em 1990. Com isso, essa tendência de deflação indica um cenário de diminuição geral dos preços, o que pode ter implicações para a economia e o poder de compra dos consumidores.
Os três indicadores do IGP-M
Para que você entenda melhor o que é considerado para definir o IGP-M, é importante saber que ele é composto por três componentes principais, cada um com um peso específico na sua composição.
Confira:
- Índice de Preços ao Produtor (IPA): Este componente responde por 60% da composição do IGP-M. No mês de junho, o IPA registrou uma queda de 2,73%. O IPA é calculado com base nos preços de produtos agrícolas e industriais no atacado, refletindo as variações de preços ao longo da cadeia produtiva;
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC): Tem um peso de 30% na composição do IGP-M. No mês de junho, o IPC apresentou uma queda de 0,25%. Esse índice mede a variação de preços de bens e serviços consumidos pelas famílias, sendo um indicador importante para monitorar a inflação no setor de consumo;
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC): Com um peso de 10% na composição do IGP-M, o INCC foi o único componente a registrar alta em junho, com um aumento de 0,85%. O indicador mede a variação de preços no setor de construção civil, considerando os custos de materiais, mão de obra e serviços relacionados à construção.
Em resumo, esses três indicadores combinados fornecem uma visão abrangente do cenário de preços da economia.
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Reflexo direto do preços ao produtor no IGP-M
Por fim, vale comentar o impacto do IPA no IGP-M. Afinal, esse é o principal fator que vai influenciar nesse índice geral.
Assim como mencionamos anteriormente, no mês de junho, esse indicador em particular registrou a maior deflação, com uma queda significativa.
Essa deflação expressiva foi impulsionada principalmente pela forte redução no subgrupo de combustíveis para o consumo, que despencou 10,56% no mês de junho, após já ter apresentado uma queda de 1,27% em maio.
Além disso, o grupo de Bens Finais, excluindo os combustíveis e os alimentos in natura, também registrou uma queda de 1,39%.
Por fim, os grupos de Bens Intermediários e de Matérias-Primas Brutas também apresentaram recuos expressivos, com quedas de 2,88% e 4,10% respectivamente.
De acordo com as palavras de André Braz, responsável pela coordenação dos Índices de Preços do FGV-Ibre…
“A inflação ao produtor registrou nova deflação, agora impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. O preço do Diesel encolheu 13,82%, enquanto a preço da gasolina caiu 11,69%. Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”