Direitos do Trabalhador

Auxílio emergencial: Governo errou ao acabar com programa, diz deputado

No último mês de outubro o Governo Federal decidiu acabar oficialmente com o Auxílio Emergencial. O programa, que chegou a atender cerca de 39 milhões de brasileiros este ano, efetuou seu último pagamento, decisão pela qual ainda  causa-se muita polêmica mesmo quase dois meses depois.

Na noite deste domingo (19), o Deputado Federal André Janones (Avante-MG) foi dos que resolveram criticar mais uma vez o fim do benefício. Ele se baseou em uma matéria do jornalístico da TV Globo, Fantástico, para dizer que o não pagamento do Auxílio Emergencial acabou prejudicando as pessoas.

“Fantástico mostrando neste momento o drama da fome no Brasil. Eu cantei essa pedra lá atrás, mas preferiram me chamar de populista e acabar com o Auxílio Emergencial”, disse ele. “Enquanto isso, políticos estão preocupados com eleições e com campanha eleitoral antecipada”, completou Janones.

Pelo menos até a publicação desta matéria, o Governo Federal não tinha se manifestado sobre essa critica de Janones. De acordo com membros do Palácio do Planalto, o fim do benefício teve relação com a melhora na situação da pandemia logo depois da chegada da vacinação em massa no país.

Em entrevistas, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha dizendo que só prorrogaria o Auxílio Emergencial caso a situação da pandemia não apresentasse uma melhora. Com o avanço da vacinação em massa, eles acharam mais acertado acabar com o programa social. Pelo menos é esse o argumento que eles estão utilizando.

Cenário de fome

O Governo acerta quando diz que o cenário da pandemia é bem menos pior do que em outros momentos. De fato, o número de óbitos diários estão caindo e com isso a reabertura dos serviços é uma realidade. Isso possibilita que boa parte dos informais voltem ao trabalho.

Por outro lado, a situação da inflação está deixando os mais pobres em uma situação cada vez pior. Isso está fazendo com que o cenário de fome aumente no país. Por essa razão, essas pessoas estão pedindo a continuidade do Auxílio Emergencial.

Como funcionava o Auxílio Emergencial

O Governo Federal começou os pagamentos do benefício ainda no ano passado. Na ocasião, os beneficiários do programa chegaram a receber parcelas de até R$ 1,2 mil no caso das mães solteiras.

Depois de um hiato de três meses sem nenhum pagamento, o benefício retornou em abril deste ano. Desta vez, no entanto, os valores diminuíram. De acordo com o Ministério da Cidadania, a maioria estava recebendo R$ 150 por mês.

O que ficou no lugar

No lugar do Auxilio Emergencial, aliás,  entrou a nova versão do Bolsa Família. O programa começou a fazer os seus pagamentos ainda no último mês de abril. Agora em dezembro estima-se que cerca de 14,5 milhões estão recebendo o dinheiro.

Portanto, quem estava apenas no Auxílio Emergencial e não era original do Bolsa Família ainda não teve chance de entrar neste novo benefício. Isso, aliás,  leva a crer que cerca de 25 milhões de pessoas estão sem nenhuma ajuda do Governo Federal há dois meses.