Cerca de 8,5 milhões de mães solo receberam pelo menos uma parcela do Auxílio Emergencial este ano. Quem está divulgando esse dado é o próprio Ministro da Cidadania, João Roma. De acordo com o chefe da pasta, esse número mostraria que o Governo Federal quer “ajudar essa parcela da população”.
De acordo com as regras do Auxílio, as mães solo são aquelas que cuidam da família sozinhas. É o que se pode chamar de mulheres chefes de família. Não é a modalidade mais comum de núcleos familiares no Brasil, mas é uma situação que acontece na vida de milhões de cidadãs em todos os lugares do país.
Pelo texto oficial do programa, essas mulheres possuem o direito de receber um patamar mais alto de pagamentos. Hoje, o Auxílio Emergencial faz repasses de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. No caso dessas mães que são chefes de família, elas podem receber esse montante mais alto. Pelo menos é isso o que diz a regra.
No entanto, nas últimas semanas, milhares dessas mães estavam reclamando do Governo Federal. De acordo com boa parte delas, o Ministério bloqueou as suas contas e não teria dado nenhuma justificativa para isso. O Ministro da Cidadania se manifestou sobre essas críticas ainda nesta última quinta-feira (29).
“Um processo de análise interna levou à suspensão de mais de 600 mil benefícios para avaliação de inconformidades. Entre esses casos, estão 136 mil mães solo, das quais 109 mil já foram desbloqueadas. E elas poderão conferir as informações sobre o desbloqueio entre os dias 03 e 04 de agosto”, disse João Roma.
Nem todas essas mulheres que tiveram o bloqueio do Auxílio terão o benefício de volta. Pelo menos não nestas datas que o Ministro apontou. De acordo com ele mesmo, novas análises deverão acontecer nas contas destas pessoas.
“Cerca de 27 mil cadastros de mães solo suspenso, pois serão reavaliados nesta sexta-feira (30) e contemplados no próximo ciclo de pagamento do Auxílio Emergencial”, complementou o Ministro da Cidadania.
Ele disse ainda que as mães que tiveram o bloqueio do benefício não precisam se preocupar. Pelo menos as que recuperarem o direito de receber o dinheiro do programa receberão o pagamento retroativo referente ao período em que ficaram sem receber a quantia.
De acordo com o próprio Ministério da Cidadania, cerca de 2 milhões de pessoas tiveram um bloqueio no Auxílio Emergencial. Isso contando apenas o período que vai desde o início dos pagamentos do programa em abril até este último mês de junho.
Esses cancelamentos aconteceram por motivos diversos. Boa parte deles são fruto das análises do Dataprev. Esse é o órgão do Governo Federal que avalia se as pessoas seguem cumprindo todas as regras do Auxílio Emergencial.
De acordo com o Governo Federal, essas análises deverão continuar durante o período de prorrogação do benefício, que vai até o próximo mês de outubro. E isso leva a crer que mais cancelamentos podem acontecer nos próximos meses.