Direitos do Trabalhador

Auxílio emergencial chega ao fim e deixa 48 milhões sem ajuda do governo

Pagamento para todos os beneficiários chegou ao fim nesta terça-feira; Bolsa Família será retomado em 2021

O governo federal finalizou os pagamentos do auxílio emergencial nesta terça-feira (29). O último dia de pagamento foi válido para os beneficiários que nasceram em dezembro. Apesar dos pagamentos terem sido finalizados, o calendário de liberação de saque e transferência continua até o fim de janeiro de 2021.

Até agora, a Caixa Econômica Federal já fez o pagamento de R$ 291,8 bilhões para 67,9 milhões de brasileiros. O dinheiro é depositado em conta poupança social digital da Caixa e num primeiro momento pode ser utilizado apenas pelo aplicativo Caixa Tem. No app, é possível fazer compras em supermercados e farmácias pelo cartão de débito virtual ou QR Code. O último grupo, de beneficiários nascidos em dezembro, pode fazer o saque do valor a partir de 27 de janeiro de 2021.

De acordo com dados do Ministério da Cidadania, os programas de transferência de renda do governo conseguiram reduzir a extrema pobreza em 80% em 2020. Atualmente, estima-se que haja 2,1% da população brasileira vivendo na extrema pobreza. Sem esses programas, o índice seria de 12,4%. Segundo o Pnad Covid-19, feito pelo IBGE, o benefício emergencial esteve presente em aproximadamente 40% das presidências do Brasil. Em julho, esse índice chegou ao pico de 44,1%.

Com o fim do programa, 48 milhões de trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs) ficarão sem ajuda financeira do governo a partir de janeiro de 2021, mesmo com o aumento de casos de Covid-19 e restrições estabelecidas por alguns setores para evitar aglomerações.

Os beneficiários do Bolsa Família que recebiam o auxílio emergencial voltam a receber o programa original em janeiro de 2021. O Bolsa Família atende 19,2 milhões de pessoas que migraram para o auxílio em abril.

A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro já propôs alternativas ao fim do auxílio. Mas Bolsonaro vetou as medidas, afirmando que não tiraria dos pobres para dar aos “paupérrimos”. Entre as medidas sugeridas estavam o congelamento da aposentadoria acima do salário mínimo e ajustes em programas sociais em andamento.