Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e pela Controladoria-Geral da União identificou que cerca de 70.296 servidores municipais, incluindo ativos e inativos, receberam indevidamente o auxílio emergencial.
De acordo com informações de técnicos dos dois órgãos, trata-se do maior número de casos suspeitos entre todos os estados do país, à exceção apenas do Maranhão. Cerca de R$ 117.171.600 em recursos federais podem ter sido destinados para pagar os benefícios.
Os indícios foram apontados a partir da relação de pagamento das três primeiras parcelas do benefício, e um cruzamento de dados dos beneficiários com a lista de servidores municipais que o tribunal dispõe.
Servidores concursados, ocupantes de cargos comissionados e agentes políticos (secretários municipais e vereadores) teriam recebido o recurso indevidamente.
Foi revelado, na semana passada, que o MPF (Ministério Público Federal) está investigando se agentes públicos e familiares de políticos da cidade de Itarantim, no sudoeste baiano, teriam solicitado o auxílio emergencial.
Técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios baiano e da Controladoria-Geral da União informaram que o número de pedidos suspeitos pode ser maior, uma vez que ainda está em andamento um cruzamento de dados de servidores de 99 órgãos e entidades municipais, chegando a um total de 1.009.
O superintendente da CGU na Bahia, Ronaldo Machado de Oliveira, explicou que, pela forma de operacionalização do benefício, existe a possibilidade de que alguns servidores não o tenham solicitado e acabaram incluídos como beneficiários automaticamente por estarem inscritos no Cadastro Único.
Do total de casos suspeitos de recebimento irregular do auxílio, 18.203 servidores municipais estavam inscritos no CadÚnico do governo e receberam R$ 30.374,400.
Outros 20.274 são beneficiários do Bolsa Família, e receberam R$ 47.377,200. Os demais 31.819 servidores municipais, cujo pagamento alcançou o montante de R$ 39.420.000,00, teriam requerido benefício por meio do site ou pelo aplicativo da Caixa. No entanto, é possível que tenham sido alvo de fraude.
De acordo com o Tribunal de Contas dos Municípios, o servidor que solicitou o auxílio emergencial através do site ou aplicativo e fez uma falsa declaração ao se inscrever, poderá ser processado e punido por improbidade administrativa ou até mesmo responder penalmente pelo crime de falsidade ideológica e estelionato. Ainda, pode ter cometido uma infração disciplinar e, como servidor público, é passível de punição, ou até mesmo a demissão.
Será concedido auxílio emergencial de R$ 600 ao trabalhador que cumpra, ao mesmo tempo, os seguintes requisitos:
O auxílio vai ser cortado caso aconteça o descumprimento dos requisitos acima. O texto também deixa claro que o trabalhador deve exercer atividade na condição de: