Em outubro do ano passado, o Governo Federal estava pagando exatamente a última parcela do programa Auxílio Emergencial. Na ocasião, pouco mais de 39 milhões de pessoas estavam recebendo o saldo que variava entre R$ 150 e R$ 375. Depois do fim do benefício, ao menos uma parcela dos beneficiários ficou sem nada.
Como dito, os pagamentos do Auxílio Emergencial chegaram ao fim em outubro. A partir de novembro do mesmo ano, o Governo já iniciou os repasses do Auxílio Brasil. Parte das pessoas que estavam em um programa, tiveram a oportunidade de migrar para o outro. Contudo, uma outra parte não conseguiu entrar em nenhum projeto social novo.
Estamos falando de mais de 19 milhões de indivíduos. Este é o quantitativo de cidadãos que chegaram a receber o Auxílio Emergencial, mas não migraram para o Auxílio Brasil. Na maioria das vezes, o Governo simplesmente não reconhecia os dados e o cidadão acabava ficando sem nenhum tipo de ajuda do Governo Federal.
Na ocasião, o então Ministro da Cidadania, João Roma, falou sobre o tema. Ele chegou a prometer que o Governo apresentaria um novo projeto especificamente para os usuários que estavam nesta situação. De lá até aqui, o Ministro deixou de ser Ministro e já passou o cargo para o seu sucessor. Os 19 milhões de brasileiros seguem no limbo.
O novo Ministro da Cidadania é Ronaldo Vieira Bento. Ele vem destacando nas últimas entrevistas que o Governo Federal está ajudando a elevar os números gerais do Auxílio Brasil nos últimos dias. Entretanto, não há até aqui nenhuma sinalização de que o benefício poderá vir a contemplar todos os cidadãos que estão nesta situação.
É bem verdade que o Auxílio Brasil aumentou de tamanho nos últimos meses. Dados do Ministério da Cidadania apontam que desde a criação do programa social, mais de 5 milhões de pessoas entraram na folha de pagamentos do benefício.
Em agosto, estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros tenham recebido o dinheiro do projeto social. Os repasses desta rodada, aliás, foram concluídos ainda na última segunda-feira (22), com as liberações para os usuários com Número de Identificação Social (NIS) final 0.
Além do aumento no número de usuários, o Auxílio Brasil também registrou uma elevação nos valores. Entre os meses de agosto e dezembro, cada um dos usuários receberá um patamar de R$ 600. A partir de janeiro de 2023, a previsão é que o saldo volte para os R$ 400 regulares.
Ainda de acordo com informações do Ministério da Cidadania, a fila de espera para entrada no Auxílio Brasil foi oficialmente zerada neste mês de agosto. Tudo por causa da entrada de mais de 2,2 milhões de pessoas à folha de pagamentos.
Seja como for, membros do Ministério e da Caixa Econômica Federal afirmam que o Auxílio Brasil é um programa fluido. Assim, é possível e provável que a fila volte a se formar já a partir deste mês de setembro.
Uma fila de espera se forma quando o número de usuários aptos ao recebimento do determinado benefício é maior do que a quantidade de vagas abertas para o programa. Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontam que a lista já se aproximou de 3 milhões no primeiro semestre deste ano.