O Secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, disse nesta terça-feira (28) que é contra mais uma prorrogação do Auxílio Emergencial. Em geral, ele disse que a situação da pandemia não está piorando. Além disso, ele também falou que a economia do país também não teria apresentado uma piora que justifique um aumento no tamanho do programa.
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“O auxílio emergencial sempre esteve associado a restrição de mobilidade, dificuldade de a população auferir renda, e indicadores da pandemia, níveis de infecção e morte. Todas essas variáveis precisam ser analisadas para uma discussão de renovação de auxílio emergencial. Ainda que neste ano, uma vez que estamos caminhando para números bem mais positivos do que no início de 2021”, disse ele.
O Secretário disse que os pagamentos do Auxílio Emergencial só são possíveis com a liberação de créditos extraordinários. Ele argumentou que esse montante só pode ser liberado em caso que situações extraordinárias. De acordo com ele, o atual momento do Brasil não é extraordinário.
“A gente precisa entender que o período da pandemia foi extraordinário, que teve um tratamento extraordinário para uma série de regras fiscais. Portanto, esse tratamento extraordinário não é o mais adequado para questões estruturais da nossa economia”, continuou ele.
“É urgente e relevante cuidar do desemprego, mas tem que ser também imprevisível”, afirmou ele. “Como sociedade, a gente precisa ter serenidade para tentar resolver os problemas estruturais da economia brasileira com soluções estruturais”, completou o Secretário do Tesouro Nacional
A fala de Bittencourt é a primeira de mais força contra a prorrogação do Auxílio Emergencial. É que nos últimos dias a ideia de esticar os pagamentos do programa ganhou apoio de nomes importantes da política nacional.
O Ministro da Cidadania, João Roma, disse que o Governo precisa fazer algo para atender cerca de 25 milhões de pessoas que ficarão sem nada a partir do próximo mês de novembro. O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), concordou.
Em entrevista para o jornal O Globo, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, também reconheceu que pode prorrogar o Auxílio Emergencial. Aliás, nesta terça-feira (28), o Presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil é um país rico e também insinuou que a prorrogação vai acontecer.
De acordo com o Ministério da Cidadania, o Auxílio Emergencial do Governo Federal atende hoje algo em torno de 35 milhões de brasileiros. Esse número inclui os informais e também os usuários do Bolsa Família.
Pelo que se sabe oficialmente, o projeto deve chegar ao fim no próximo mês de outubro. No entanto, membros do Palácio do Planalto estão trabalhando para tentar esticar o programa por mais alguns meses.
De acordo com informações de bastidores, há quem diga que o projeto vai ganhar mais seis meses de duração. Pelo menos essa seria a aposta neste momento. Até aqui, no entanto, ainda não há nada confirmado.