Com o intuito de não atrasar a tramitação do projeto que estabelece auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores sem carteira assinada durante três meses, o Senado está elaborando um novo texto que irá incluir mais beneficiados, ao mesmo tempo em que o chamado “coronavoucher” já está aprovado para trabalhadores informais.
Esse novo texto vai contemplar outras categorias e sugestões não abrangidas. Devem ser incluídos, por exemplo, trabalhadores intermitentes, taxistas, motoristas de aplicativos, pescadores sazonais e comunidades indígenas.
“Nós temos vários projetos no Senado que tratam de temas similares. Esses projetos serão todos apensados, receberemos as sugestões de emendas de mérito do projeto que será votado hoje e tudo isso será colocado sob um só guarda-chuva”, disse o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG) sobre o assunto.
O relator do novo projeto vai o senador Esperidião Amin (PP-SC). A expectativa é que o texto seja discutido e votado hoje, 31 de março. Se for aprovado, vai seguir para análise da Câmara dos Deputados.
Líderes da Casa concordaram hoje em não fazer alterações que mudem o mérito do projeto já existente (o coronavoucher) e aprovado na semana passada pela Câmara para não adiar o pagamento dos R$ 600 a informais.
Depois de ser aprovado no Senado, o novo texto poderá ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para entrar em vigor. Se o texto atual sofresse mudanças, teria de ser analisado de novo pelos deputados federais, o que atrasaria a liberação do dinheiro para quem já está necessitando dele.
O projeto que prevê o repasse de nada menos que R$600 mensais aos trabalhadores informais será sancionado ainda hoje, disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A proposta garante até R$ 1.200 por família no prazo de três meses durante a crise do coronavírus, já que a quantia será limitada a duas pessoas da mesma família. O texto foi aprovado ontem, 30 de março, pelo Senado Federal.
“Sanciono hoje sem falta, talvez pela manhã. Está pronto o decreto, é só dar uma olhada e meter a caneta”, disse o presidente na portaria do Palácio da Alvorada.
Questionado sobre quando será liberado o benefício, Bolsonaro revelou que isso não depende dele, mas sim da Caixa Econômica Federal, que será responsável pelo pagamento. “Meu plano é receber já”, disse.
Após sanção de Bolsonaro, será necessário editar um decreto a fim de regulamentar o pagamento do benefício, e de uma MP (Medida Provisória), para liberar os recursos.
A proposta conta com uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio, apelidado por alguns parlamentares de “coronavoucher”. Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o auxílio emergencial vai custar R$59,8 bilhões aos cofres públicos.
O projeto altera uma lei de 1993, que trata da organização da assistência social no país. De acordo com o texto, durante o período de três meses será concedido auxílio emergencial de R$ 600 ao trabalhador que cumpra, ao mesmo tempo, os seguintes requisitos:
O auxílio vai ser cortado caso aconteça o descumprimento dos requisitos acima. O texto também deixa claro que o trabalhador deve exercer atividade na condição de:
A proposta estabelece que apenas duas pessoas da mesma família poderão receber cumulativamente o auxílio emergencial e o benefício do Bolsa Família, podendo ser substituído temporariamente o benefício do Bolsa Família pelo auxílio emergencial, caso o valor da ajuda seja mais vantajosa para o beneficiário. A trabalhadora informa, chefe de família, vai receber R$1.200.
Nesta segunda-feira, 30 de março, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, afirmou que Caixa, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, agências lotéricas e Correios vão fazer o pagamento do auxílio emergência de R$ 600.
Segundo ele, o sistema para concessão dos benefícios ainda não está pronto e pediu que a população não vá as agências bancárias. Ainda de acordo com o ministro, após aprovação do texto que cria o auxílio, vai acontecer a sanção presidencial e a edição de um decreto para regulamentar o pagamento do benefício.
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