Se você costuma ler muito as notícias do dia a dia, certamente já leu também sobre o Dataprev. O órgão do Governo Federal está no centro das atenções nas últimas semanas. O motivo: o Auxílio Emergencial. É que é justamente o Dataprev que está analisando os dados dos usuários.
São eles portanto que estão decidindo quem recebe e quem não recebe o Auxílio Emergencial este ano. De acordo com informações do próprio Governo Federal, cerca de 40 milhões de pessoas terão aprovação no cadastro. Como a margem de pessoas é menor, eles querem errar menos esse ano.
De acordo com projeções do Tribunal de Contas da União (TCU), cerca de 7,3 milhões de pessoas receberam o Auxílio Emergencial indevidamente no Brasil no ano passado. O prejuízo é tão grande que poderia ajudar a pagar o benefício para muito mais gente.
O Dataprev disse que está corrigindo as falhas em suas análises para evitar que isso se repita. De acordo com o órgão, eles estão utilizando 24 bases de dados que tiveram indicação do próprio Ministério da Cidadania. Esse, aliás, é o Ministério que responde exatamente pelo Auxílio Emergecial.
Esse aumento de bases de dados vai fazer com que o Dataprev tenha mais informações sem que os próprios usuários tenham que atualizar os seus cadastros. Se uma mulher teve um filho ou perdeu um emprego, por exemplo, o Dataprev vai conseguir descobrir.
Internamente há a ideia de que as fraudes aconteceram no ano passado por uma série de motivos. Mas o principal deles foi a correria justamente no Dataprev. Por se tratar de um auxílio de caráter emergencial, eles tiveram que correr para analisar os dados com um prazo muito curto.
Hoje, o Governo diz que o resultado dessa análise foi satisfatório. Mas também afirma que a correria acabou fazendo com que várias fraudes passassem sem que ninguém percebesse. Em alguns casos, por exemplo, pessoas acabaram recebendo o Auxílio ao registrar o CPF de uma pessoa morta.
Também aconteceram registros de pessoas que conseguiam clonar informações pessoais de outras pessoas. Em várias cidades, aliás, a Polícia Federal (PF) registrou casos de servidores públicos que estevam recebendo o Auxílio. O programa não permite o pagamento para servidores públicos.
Não é só o Dataprev que está obedecendo a ordem de colocar mais segurança na questão do Auxílio Emergencial. A própria Caixa Econômica, que é o banco que faz os pagamentos, também está aumentando todo o seu nível de rigor contra golpes.
Em muitos casos, por exemplo, eles estão acionando o dispositivo de bloqueio do app do Caixa Tem. A qualquer sinal de movimentação estranha, eles bloqueiam o aplicativo. Nesse caso, aliás, a pessoa que sofreu o bloqueio, só vai conseguir desbloquear o app em uma agência da própria Caixa.
A Caixa também disponibilizou uma mudança no cadastro deste mesmo aplicativo. Eles disponibilizaram até um calendário de atualização. Essa atualização não era obrigatória. Mas as pessoas que fizeram certamente aumentaram o nível de segurança da sua conta do Auxílio Emergencial.