Entre os usuários do programa Auxílio Brasil do Governo Federal, a percepção geral é de que a economia do país piorou nos últimos meses. Ao menos é o que aponta a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada ainda no final da última semana. O clima de pessimismo com os dados econômicos ainda parece ser grande entre os mais pobres.
Segundo o levantamento, 55% dos usuários do programa Auxílio Brasil afirmam que a economia do país piorou nos últimos meses. Ao mesmo passo, 21% disseram que aconteceu uma melhora nos dados econômicos do Brasil. Além disso, outros 23% afirmam que não sentiram nenhuma mudança nem para melhor e nem para pior.
A pesquisa mostra ainda que quando se considera a situação econômica do indivíduo, a percepção não muda muito. Entre os usuários do Auxílio Brasil, 46% afirmam que houve uma piora, 23% disseram que a vida melhorou nos últimos meses e outros 31% alegam que tudo está como era antes.
De todo modo, há um sentimento de expectativa de melhora na economia, sobretudo entre os possíveis eleitores do ex-presidente Lula (PT). 54% dos usuários do Auxílio Brasil acreditam que a economia do país vai melhorar caso o petista consiga voltar ao poder no próximo ano. Outros 20% disseram que a situação vai piorar.
Quando se considera a projeção do presidente Jair Bolsonaro (PL), a situação muda de figura. Entre os usuários do Auxílio Brasil, apenas 17% acreditam que a economia vai melhorar caso o atual presidente permaneça no poder. Outros 43% dizem que a situação vai piorar e 36% afirmam que a expectativa é para que tudo permaneça como está hoje.
Bolsonaro e o Auxílio
Em entrevistas, o presidente Jair Bolsonaro vem dizendo que o seu objetivo com o Auxílio Brasil não é eleitoral. Em geral, o candidato do PL diz apenas que a proposta de aumentar os valores do programa de R$ 400 para R$ 600 teve como objetivo apenas ajudar os mais humildes.
Seja como for, Bolsonaro costuma falar de maneira recorrente sobre o Auxílio Brasil em seus programas partidários no rádio e na TV. O candidato do PL vem prometendo, por exemplo, manter o saldo na casa dos R$ 600 no próximo ano.
Em declarações recentes, Bolsonaro também sinalizou que poderá pagar um adicional de R$ 200 para os usuários que conseguirem um emprego. Mais recentemente, ele também revelou que poderá apresentar um projeto de distribuição de alimentos.
Ele não está sozinho
Contudo, é preciso lembrar que Bolsonaro não é o único candidato a indicar que poderá manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 no próximo ano.
Além dele, o ex-presidente Lula também afirma que poderá manter o valor caso consiga se eleger este ano. O petista também manifesta que poderá pagar um adicional de R$ 150 por criança menor de seis anos.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também vem tentando aumentar sua popularidade entre os mais pobres. Ele apresentou um projeto de criação de uma renda básica universal permanente no valor de R$ 1 mil por família.
Em ato de campanha no início deste mês, a senadora Simone Tebet (MDB) revelou que manterá o Auxílio na casa dos R$ 600 caso vença as eleições deste ano.