O Governo Federal começou no último mês de novembro os pagamentos do seu Auxílio Brasil. Neste primeiro momento, o programa fez liberações para 14,5 milhões de pessoas. De acordo com o Ministério da Cidadania, o primeiro repasse atendeu apenas os indivíduos que estavam recebendo o Bolsa Família até outubro.
Naquela ocasião, o Ministério disse que o Auxílio Brasil iria atender a todos os usuários do programa antecessor. Membros da pasta afirmaram publicamente que eles não precisavam se preocupar nem mesmo com nenhum processo de inscrição. Mas o fato é que alguns usuários acabaram perdendo o direito de receber o projeto.
De acordo com informações do Consórcio Nordeste, mais de 140 mil brasileiros passaram por essa situação. São cidadãos que estavam recebendo o Bolsa Família em outubro mas que deixaram de receber qualquer ajuda em novembro, com a chegada do Auxílio Brasil. E isso acabou sendo um problema para eles.
Ainda de acordo com o Consórcio, cerca de 40% do público que perdeu o benefício é da região Nordeste. Em mais uma oportunidade, membros desta organização utilizaram esses dados para acusar o Governo do Presidente Jair Bolsonaro de preconceito com esta área do país. O Palácio do Planalto nega.
Pelo que se sabe até aqui, o Governo Federal retirou essas pessoas porque elas não se enquadrariam dentro dos critérios do Auxílio Brasil. E aí as razões seriam as mais diversas. Tem gente que saiu, por exemplo, porque não conseguiu atender aos critérios de renda mínima ou mesmo porque está com as informações do Cadúnico desatualizadas.
De acordo com informações do Governo Federal, cancelamentos assim são normais dentro do Bolsa Família. É que todos os meses as pessoas entram e saem do benefício. Isso porque elas deixam de atender a todas as regras do programa.
Isso explicaria a saída de 140 mil pessoas do projeto entre os meses de outubro e novembro. De qualquer forma, o Consórcio Nordeste está pedindo mais explicações sobre a questão da alta retirada de usuários da região Nordeste.
Os usuários que fizeram parte do Auxílio Emergencial estão mais familiarizados com esse tipo de situação. Muitos deles perderam os seus benefícios nos meios dos pagamentos por causa das análises da Dataprev.
O Governo Federal já deixou claro que vai repetir esse sistema durante os repasses do Auxílio Brasil. De acordo com o Palácio do Planalto, a ideia aqui é evitar que mais pessoas tentem fraudar o recebimento do benefício em questão.
No Auxílio Emergencial isso acabou levantando uma grande polêmica. Isso porque vários usuários criticaram duramente as decisões alegando que a Dataprev estaria mostrando motivos inexistentes para cancelar essas contas. Essa é uma acusação que várias pessoas fazem.
O Governo Federal se defende dizendo que quem não concordou com o bloqueio teve 10 dias para tentar contestar o resultado. A questão, no entanto, é que nem todo mundo teve a oportunidade de fazer isso. É o que se sabe. O Planalto não explicou o motivo.