No último mês de março, o número de cidadãos que aguardam por uma vaga no Auxílio Brasil cresceu. São indivíduos que estão na chamada fila de espera. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), pouco mais de 1,3 milhão de brasileiros estavam nessa situação em março. Em fevereiro, eram mais de 1 milhão.
Os números oficiais estão crescendo desde o início deste ano. Em janeiro, por exemplo, o Ministério da Cidadania chegou a afirmar que havia zerado a fila de espera para o Auxílio Brasil. Entretanto, desde então a situação piorou. Além disso, há uma chance de os números reais serem ainda piores considerando que há uma fila além da fila.
Membros da Rede Brasileira de Renda Básica (RBRB) afirmam existir uma parcela da população que não está conseguindo receber o Auxílio Brasil por não conseguirem sequer entrar no Cadúnico. A participação nesta lista é uma das exigências do Governo Federal para entrar na folha de pagamentos do programa social.
Os dados da CNM mostram que entre os mais de 1,3 milhão de brasileiros que estavam na fila de espera em março, existem pouco mais de 8 mil cidadãos em situação de rua, ou seja, são indivíduos que precisam do dinheiro em caráter de urgência. Além disso, estima-se que mais de 213 mil cidadãos que estão aguardando, tenham filhos com menos de quatro anos em casa.
Os números não param por aí. Ainda de acordo com a CNM, dos mais de 1,3 milhão de cidadãos que estão na fila, estima-se que pouco mais de 1,1 milhão estejam em situação de extrema-pobreza. São brasileiros que sobrevivem com menos de R$ 105 de forma per capita por mês em um contexto de aumento da inflação.
Na última semana, o Ministério da Cidadania divulgou uma série de dados sobre os pagamentos do Auxílio Brasil neste mês de maio. Segundo a pasta, pouco mais de 18,1 milhões de brasileiros estão aptos ao recebimento do benefício.
O Ministério disse ainda que mais de 56 mil indivíduos entraram para a folha de pagamentos do programa neste mês. Em números totais, eles elevaram o número de usuários de 18.063.021 em abril para 18.119.192 em maio.
De todo modo, a pasta não revelou mais o número de cidadãos que estão na fila de espera. Nos últimos meses, a pasta não divulgou a informação mesmo quando questionada por veículos de imprensa como Folha de São Paulo e o jornal O Globo.
Uma fila de espera é uma espécie de lista virtual. Nela, estão dispostos os nomes de brasileiros que atendem a todos os critérios de recebimento de um determinado benefício, mas que ainda assim não conseguem receber o dinheiro.
No caso específico do Auxílio Brasil, não há nenhuma lei que obrigue o Governo Federal a pagar o benefício para todas as pessoas que têm direito ao programa. De modo que uma parte dos cidadãos pode ter que esperar a abertura de novas vagas.
O Governo explica que precisa respeitar os critérios de seleção com base na previsão de orçamento para o programa. Assim, sempre que o Ministério considera que não pode pagar o montante, ele não seleciona novos nomes, o que gera a fila de espera.