Parte da equipe do Ministério da Economia estaria ameaçando se demitir caso o Governo Federal siga com a ideia de aumentar o valor do Auxílio Brasil para a casa dos R$ 400. Essa é uma notícia que está circulando na imprensa desde as primeiras horas da terça-feira (19). Seriam demissões em forma de protesto.
É que desde o começo da construção do Auxílio Brasil, o Ministério da Economia, incluindo aí o Ministro da Economia, Paulo Guedes, está se posicionando de maneira contrária a um aumento deste nível. Eles também afirmam que são contra os pagamentos fora do teto de gastos por parte do Governo Federal.
Ainda nesta terça-feira (19), o Palácio do Planalto se preparou para fazer o anúncio do novo Bolsa Família turbinado para R$ 400. A ideia era pegar pelo menos R$ 50 bilhões em 2022 para pagar esse aumento. Só que ainda de acordo com informações de bastidores, essa ameaça de demissão acabou fazendo com que o Planalto voltasse atrás no anúncio.
Só não se sabe por quanto tempo. Menos de 24 horas depois desse cancelamento do evento, o Presidente Jair Bolsonaro disse publicamente que o novo Auxílio vai mesmo pagar parcelas médias de R$ 400. Ele disse, no entanto, que não vai furar o teto de gastos para fazer isso. Ele só não explicou como.
É que como se sabe, o Governo Federal não tem muito espaço no orçamento para fazer os pagamentos do Bolsa Família turbinado. Mesmo considerando um cenário de aprovação da PEC dos Precatórios, não sobra muita coisa para gastar com a população mais humilde. E o Planalto não quer furar o teto de gastos mesmo assim.
Nesta quarta-feira (20), o Ministro da Cidadania, João Roma, decidiu se manifestar mais uma vez sobre o assunto. Sem citar nomes, ele disse que não adianta falar em respeitar e economia enquanto as pessoas passam fome no Brasil.
“Não existe economia forte se tem gente com fome. Reitero que o social e a economia são as duas faces da mesma moeda. O Auxilio Brasil acolhe o cidadão e respeita a responsabilidade fiscal”, disse ele.
O Ministro não chegou a citar Paulo Guedes e nem nenhum membro da ala econômica do Governo Federal nesta postagem. No entanto, de acordo com informações de bastidores, há quem diga que essa foi uma mensagem clara para eles.
Desde que a história do aumento do Auxílio Emergencial para a casa dos R$ 400 ganhou força, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, não deu nenhuma declaração pública. Pelo menos não até a publicação desta matéria.
O que se sabe neste momento é que Paulo Guedes não está muito feliz com isso tudo. Vale lembrar que a sua ideia inicial era mesmo pagar esse Auxílio Brasil em um valor médio mensal de R$ 250. Só que ele não conseguiu convencer Bolsonaro.
Nas últimas horas, o Ministro participou de várias reuniões. Não há, até aqui, qualquer indício de que ele pode deixar o cargo caso o Governo de Bolsonaro confirme o aumento do Auxílio Brasil para a casa dos R$ 400.