Na última semana, o Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), participou de uma reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois discutiram junto com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) a questão do futuro
dos benefícios sociais no Brasil.
Na saída do encontro, os três homens disseram que encontraram uma solução e que o novo benefício estaria próximo de ser garantido. No entanto, o fato é que desde aquele momento, as relações entre o Palácio do Planalto e o Senado Federal se desgastaram. E isso preocupa por causa do andamento do Auxílio Brasil.
No início desta semana, o Ministro da Economia pressionou o Senado. Sem citar Rodrigo Pacheco, ele disse que se a casa não agilizasse as matérias logo, então o povo poderia dizer que são os senadores que estão impedindo a criação do Auxílio Brasil. A declaração acabou causando reação na casa.
O Senador Angelo Coronel (PSB-BA), que é o relator da Reforma que pode abrir caminho para o Auxílio Brasil no Senado, disse que não tem pressa. De acordo com ele, o financiamento do programa não depende dessa agilidade. Ele disse ainda que uma conclusão dos seus trabalhos só deve acontecer a partir do final de outubro.
Em entrevista, Pacheco disse que nega que o Senado Federal está sofrendo pressão do Governo Federal. No entanto, ele disse que se isso acontecesse, aquela casa não iria se intimidar. Sem citar Paulo Guedes, o Senador disse que eles irão respeitar todos os ritos do processo e até falou que pode buscar outras alternativas para bancar o Auxílio Brasil.
A ideia do Governo Federal é aprovar a Reforma do Imposto de Renda para conseguir uma base de financiamento para o Auxílio Brasil. O texto, aliás, passou por aprovação da Câmara dos Deputados e está neste momento no Senado Federal.
Há o temor de que a demora para aprovar esse texto possa fazer com que o Auxílio Brasil demore mais para chegar no bolso das pessoas. Só que também há o medo de que essa Reforma não seja boa para os cofres públicos.
Alguns economistas estão compartilhando textos em que afirmam que o texto da Reforma não é bom e que isso pode prejudicar a economia do país. Por isso, muitos senadores estão na dúvida sobre o voto nesta matéria.
O Palácio do Planalto deve começar os pagamentos do Auxílio Emergencial no próximo mês de novembro. Para este ano, o Governo não vai precisar dessa Reforma do Imposto de Renda. A fonte de recurso vai ser outra.
De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o medo está com o financiamento do próximo ano. Além do texto dessa Reforma, o Governo precisa aprovar uma série de documentos que estão em tramitação no Congresso.
Estamos falando, por exemplo, da PEC dos Precatórios e mesmo da própria Medida Provisória (MP) do Auxílio Brasil. Ambos os textos ainda estão em tramitação na Câmara dos Deputados.