Uma pesquisa feita pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em parceria com o Ipespe, ouviu 3 mil pessoas maiores de 18 anos, numa amostra representativa da população brasileira. Nesta pesquisa, 54% dos entrevistados afirmam que a situação financeira de sua família só vai se recuperar depois de 2021. Outros 23% veem melhora ainda neste ano. Apenas 11% dizem que a vida não foi afetada pela pandemia. Os mais pessimistas são os brasileiros de menor instrução e menor renda.
Em uma iniciativa para melhorar a vida financeira dos brasileiros, o Banco Central do Brasil trabalhava, ainda antes das mazelas da pandemia, na nova Estratégia Nacional de Educação Financeira, a ENEF, cuja finalidade é promover a educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal no País.
Ao encontro desta proposta, foi iniciado em 31 de Maio de 2021 a expansão nacional do programa Aprender Valor. O prazo de adesão de escolas e redes de ensino se encerra em 30 de Junho. Qualquer escola de Ensino Fundamental da rede pública poderá aderir ao programa.
O programa foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar as secretarias de educação e as escolas a implementar a educação financeira ao ensino fundamental. A instituição considera que isso traria mais qualidade de vida para milhões de cidadãos e famílias, no presente e no futuro.
Segundo a definição do próprio Banco Central, “é o exercício de direitos e deveres que permite ao cidadão gerenciar bem seus recursos financeiros”.
O Banco Central acredita que isso é formado por quatro pilares:
O programa tem como objetivo o ensino de Educação Financeira e Educação para o Consumo dentro das aulas de Matemática, Língua Portuguesa e Ciências Humanas.
“Temos a confiança de que, mesmo em meio às adversidades, o tema Educação Financeira tem crescente importância em nossa sociedade. Após mais de um ano de projeto piloto, é com grande satisfação que nós anunciamos a expansão nacional do programa Aprender Valor”, afirmou Maurício Moura, Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central.
Muitos estudiosos afirmam que boa parte da responsabilidade da condição gravemente endividada dos brasileiros se deve à falta dessa instrução, e que deveria até mesmo ser ensinada nas escolas, para moldas as futuras gerações.
Tratar sobre Educação Financeira no contexto escolar é uma urgência social, tendo em vista os impactos, na vida individual e coletiva, causados pelo modo como as pessoas lidam com o consumo e com os recursos financeiros e materiais.
A inserção da Educação Financeira e da Educação para o Consumo nos currículos escolares, como proposta pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), auxilia a inserção crítica e consciente de crianças e adolescentes no mundo atual, contribuindo para a constituição da cidadania.
Além disso, aproxima o aprendizado escolar da vida prática, contribuindo para uma aprendizagem mais significativa. Segundo Mauricio Moura, citado anteriormente, “a cada estudante alcançado e a cada família beneficiada, nós construiremos juntos uma sociedade formada por cidadãos financeiramente autônomos, conscientes e responsáveis”.
Os temas principais tratados no Aprender Valor são:
Além de impactar positivamente a forma como os profissionais lidam com suas finanças no dia a dia, essa formação faz com que adquiram mais confiança na hora de discutir e trabalhar o tema em suas escolas, na sala de aula, com seus estudantes. A didática será feita com orientações práticas sobre temas como planejamento financeiro, aumento dos níveis de poupança, aposentadoria e melhoria de investimentos financeiros.
Para isso, a escola contará com os seguintes recursos:
Tudo foi desenvolvido para que os estudantes desenvolvam competências e habilidades de Educação Financeira, que são essenciais para a vida adulta, tornando os conteúdos curriculares mais interessantes, a partir de aulas práticas e de acordo com cada ano de escolaridade do Ensino Fundamental.
O Aprender Valor também fará o reconhecimento do engajamento e dos bons resultados alcançados pelas escolas participantes, com um evento de reconhecimento e premiação.
A implementação do programa está sendo feita em duas fases.
Devido ao forte impacto da pandemia da Covid-19 na área de Educação, o programa foi passando por ajustes e flexibilizações para permitir que as redes de ensino participassem das diferentes etapas: adesão de escolas, cadastro e formação de profissionais (gestores e professores), cadastro e avaliação de estudantes e aplicação de projetos.
Na fase de expansão nacional, está prevista a avaliação de impacto do programa. O objetivo dessa avaliação é identificar, mensurar e comparar os efeitos da educação financeira em crianças e jovens que participaram das ações propostas (grupo de implementação total) em relação a estudantes que não tiveram contato com a intervenção (grupo de implementação parcial).