Diante da crise hídrica e da demora do governo para conter o problema, o preço da conta de luz disparou. Mesmo assim, o risco de racionamento de energia elétrica não deve se concretizar e o risco de apagão em horários de picos previstos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode não se concretizar.
Está é a avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), dada pelo seu presidente, José Velloso, em recente entrevista a BBC News. Para ele, o risco recai sobre 2022, principalmente pela possibilidade das chuvas não atingirem a média do período. Os problemas ainda se deveriam também ao fenômeno climático El Niña.”O ano de 2022 é preocupante, mas dá tempo de trabalhar”, avaliou.
Neste cenário, Velloso avalia que ações, como a interligação do sistema elétrico e também investimento em termelétricas são frutos de uma diminuição dos riscos, mas ressalta os custos. “A crise energética é preocupante. Já aumentou o custo Brasil e isso aumenta a assimetria entre os produtos produzidos aqui e no exterior”, diz Velloso.
Ele também defende investimento em energia solar e eólica, além da continuação de pequenas centrais hidrelétricas.
Neste cenário, o governo vem fazendo sucessivos aumentos na conta de luz, o último deles foi a criação da bandeira chamada “Escassez Hídrica”, que acrescenta na fatura R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
Para se ter uma ideia, antes mesmo deste aumento se realizar, até agosto a conta de luz já subiu cerca de 16%, de acordo com os dados do IPCA-15, um indicador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tal alta tem prejudica muitas famílias, principalmente aquelas em vulnerabilidade social e que não estão inscritas na Tarifa Social.
Especialistas opinam que o governo agiu tardiamente quando o assunto é uma resposta por conta da crise hídrica e tem adotado um discurso menos alarmista, sem deixar fato de claro a situação que o país enfrenta.
A crise hídrica é uma das piores dos 91 anos e especialistas não descartam o risco de apagão por completo e afirmam que atitudes para conter a crise deveriam ter sido tomadas pelo menos há três meses atrás.
Como programa para incentivar a redução do consumo, o governo deve oferecer descontos para os consumidores que economizarem luz em pelo menos 10%. A ideia também é oferecer descontos para grandes consumidores que apresentarem planejamento de reduções no total de energia elétrica utilizado.