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Análise da prova do concurso da PRF

A prova foi aplicada, após tentativas de cancelamento do evento

No ultimo domingo, dia 9, foram realizadas as provas objetivas do concurso da PRF (Policia Rodoviária Federal), após muitas tentativas de cancelamento e liminares derrubadas. A tensão tomou conta dos concurseiros que, até o último minuto, tiveram que acompanhar as atualizações sobre a aplicação da prova, que poderia mudar de última hora.

Sobre a organização da prova

A Cespe/Cebraspe é conhecida por sempre promover eventos para concursos com muita organização. Porém, desta vez, foi relatada desorganização tanto da parte higiênica, com fiscais com a máscara abaixada e falta de álcool gel, como na demora na identificação e acomodação dos candidatos.

Houve uma grande abstenção de candidatos, acima do que é normal acontecer em concursos públicos, certamente devido ao medo da contaminação.

Sobre a prova

A surpresa já começou com a Cebraspe quebrando o padrão de colocar as matérias na ordem que estão no edital, iniciando o primeiro bloco com as perguntas sobre língua estrangeira, com 8 questões.

A opinião geral de muitos concurseiros é de que a prova estava muito difícil, pra não dizer terrível. É fato que algumas pessoas estavam mais preparadas do que outras, mas fazendo um comparativo com a prova anterior a essa, as questões aplicadas nesta prova foram muito diferentes. .

Nas áreas constitucional, penal e processual foram cobradas doutrinas e jurisprudências que não costumam cair em provas para a PRF, mas sim em provas mais direcionadas a cargos de Tribunais. Alguns professores de cursos preparatórios acreditam que duas questões serão anuladas, por tratarem do tema “estado de sítio”, não citado no edital.

Na disciplina de Português foi colocado um texto de interpretação bastante complexa, e poucas questões de gramática, o que frustrou quem se preparou bastante nesta área.

Outra surpresa foram 5 questões sobre correspondência oficial, cujo conteúdo que, na pratica, não é usado pelo profissional da PRF, exceto em cargos especiais.

No bloco 2 da prova, todos esperavam questões sobre crimes de trânsito, por serem de conhecimento aplicável ao profissional. Na prova anterior da PRF caíram 18 questões sobre o tema, mas desta vez, não caiu nenhuma. Isto surpreendeu até os concursandos mais experientes, pois a preparação principal é baseada em questões aplicáveis ao dia a dia da PRF.

Sobre a redação

O tema da prova discursiva foi: A inovação legislativa como instrumento para a redução dos acidentes de transporte terrestre (ATT).

Esta proposta é socialmente pertinente, pois dados da Organização Mundial da Saúde afirmam que o acidente de trânsito é a principal causa de morte de pessoas entre 5 e 29 anos,  e que 90% das mortes seriam evitáveis (fator humano).

Este tema foi considerado dentro do esperado, sendo que trata de discussão relacionada ao trânsito, pertinente para a atuação de um PRF. Mais uma vez, a Cespe/Cebraspe mostrou a importância do candidato ter repertório e informações detalhadas sobre o tema. Os tópicos mostravam que não era possível fazer uma analise superficial, sendo eles, em ordem:

  • O impacto da previsão dos crimes de trânsito no que se refere aos ATTS e as possíveis causas desse impacto;
  • O impacto da lei seca no que se refere aos ATTS e as possíveis causas desse impacto;
  • Ações para redução dos ATTs.

Ao passo que os tópicos 1 e 2  exigiam que o candidato abordasse a questão da legislação de trânsito no que diz respeito aos crimes descritos, o tópico 3 pede a decorrência de uma proposta de solução ou intervenção.

O gráfico e um dos textos motivadores foram extraídos de um texto para discussão feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O que é nota de corte?

A nota de corte e a menor nota necessária para se conseguir a aprovação em um processo seletivo. Esta definição é feita após a prova ser aplicada e corrigida.

Por que muitos estão na expectativa da definição dessa nota de corte? Porque dependendo dela, um candidato pode ser aprovado para a próxima fase, ou não.

Quais são os fatores que determinam a nota de corte?

A presença de disciplinas exigidas ou não em provas anteriores

Concurseiros de carreira costumam estudar as disciplinas do edital do concurso anterior, para estarem preparados para quando surgir o próximo edital. A nota de corte será maior ou menor dependendo do grau de dificuldade das novidades e também do tempo que o candidato terá para se preparar entre o edital e a prova.

O grau de dificuldade da prova

Quanto maior o grau de dificuldade ou complexidade de uma prova, menor será a nota de corte. Analisando esta prova da PRF, muitos acreditam que a nota de corte será menor do que a aplicada na prova anterior.

Nível de escolaridade exigido

Concursos de nível médio geralmente possuem notas de corte maiores que certames que exigem curso superior. Tradicionalmente, em provas de Tribunais, a nota de corte é geralmente mais alta que em outras áreas. Em áreas de grande concorrência, como a Fiscal, a nota de corte vêm aumentando.

Numero de vagas

Quanto menor o número de vagas, mais acirrada é a concorrência e há a tendência de a nota do corte ser maior. O edital de um concurso público geralmente coloca um número definido de vagas, então os candidatos aprovados, dentro das vagas, têm direito subjetivo à nomeação. Quando a nota de corte fica baixa,  talvez alguém seja aprovado fora do limite de vagas do edital. Esses candidatos podem ser aprovados, mas não possuem direito subjetivo à nomeação.

Em concursos feitos por etapas, como é o caso da PRF, existe a presunção de que alguns não passarão pelo teste de aptidão física, então poderão passar da primeira fase candidatos acima do limite de vagas, que tenham atingido a pontuação mínima da nota de corte.

Não desanime!

A aprovação em um concurso publico é feita de varias etapas. Se você não estava suficientemente preparado, ou a dificuldade da prova derrubou seu ânimo, não abandone o projeto. Tenha em mente que muitos concursos públicos no país estão previamente trancados, aguardando a melhora do cenário pandêmico.

Examine sua prova e identifique os pontos em que precisa melhorar. Alguns gabaritos preliminares e extra-oficiais estão tendo divergências, então aguarde o gabarito oficial, e com ele, veja o resultado do seu desempenho. Lembre-se que ainda será preciso aguardar para ver se alguma questão será anulada, ou sofrerá recurso. Em todo caso, não desista!