As previsões meteorológicas do INMET para esta semana indicam a chegada de uma intensa frente fria e um ciclone extratropical no centro-sul do Brasil. A expectativa é que esses fenômenos causem chuvas, baixas temperaturas e ventos fortes que podem atingir os 80 km/h em algumas regiões.
Na segunda-feira (10), a frente fria terá início na região sul do Brasil avançando no litoral de São Paulo até a madrugada de terça-feira (11). Além disso, uma área de baixa pressão continental no norte da Argentina e Paraguai deve fortalecer-se e mover-se rumo ao sul do Brasil.
O ciclone extratropical ocorrerá entre terça e quarta-feira (12) desta próxima semana. Contudo, os modelos numéricos de previsão do tempo ainda divergem sobre a data exata de formação e a área de formação do ciclone. Dependendo do modelo, a formação do ciclone se dará no litoral do Rio Grande do Sul ou sobre o continente, entre este mesmo estado e Santa Catarina.
A partir de terça-feira (11), a expectativa é de um tempo ventoso entre o sul, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo. Os ventos mais intensos ocorrem no litoral da região sul a partir da tarde de terça-feira (11). As rajadas podem superar os 80 km/h em alguns pontos.
Com relação à previsão de chuvas, os acumulados diários podem ultrapassar 70 milímetros (mm) no sul do Rio Grande do Sul. Na quarta, os totais diários mais altos consequência da chuva devem concentrar-se entre o nordeste do Rio Grande do Sul e o sul e leste de Santa Catarina.
Áreas dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina já preveem chuvas significativas entre a sexta-feira (7) e o sábado (8). Saliento que o ciclone extratropical fará parte de uma frente fria continental atingindo não só o sul do país, mas se espalhando por regiões do Sudeste e Centro-Oeste.
Um período instável vem marcando o Sul do Brasil e, segundo a MetSul, irá persistir até sexta-feira. O cenário é aguçado pela atuação de um potente ciclone extratropical. O auge de sua intensidade é esperado entre quarta e quinta-feira. O último final de semana foi marcado por um episódio de temporal com pedras de granizo do tamanho de ovos no Oeste de Santa Catarina.
O temporal de grande intensidade atingiu, especificamente, o município de Iraceminha, que está na região do extremo Oeste catarinense. O tamanho das pedras de granizo variaram em toda a localidade, mas restou o registro de pedras no tamanho de ovos em Linha Moroé. Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, o fenômeno também se estendeu para o município de Maravilha, que registrou precipitação de 32 mm em apenas uma hora.
A possibilidade de mais temporais para o Oeste catarinense já era prevista no final do último domingo. Isso está atrelado ao avanço de áreas de instabilidade do Paraná para Santa Catarina e o Norte do Rio Grande do Sul, onde uma frente quente se forma no início da semana trazendo chuva forte e temporais isolados.
Imagens de satélite mostravam, durante a tarde do mesmo dia, núcleos isolados de forte instabilidade com temporais e raios (marcados em vermelho) no Oeste de Santa Catarina. Este fenômeno acompanha a instabilidade que segue em direção Sul, impulsionada por uma massa de ar mais quente.
A região Sul do Brasil deverá enfrentar condições favoráveis para a formação de temporais isolados ao longo dos próximos dias. Há a possibilidade de chuva localmente forte, raios, queda de granizo e rajadas de vento forte isoladas. O período mais crítico para tempestades severas será entre essa segunda e a próxima quinta-feira.
Inicialmente, a expectativa é de que as áreas instáveis avancem do Paraná para Santa Catarina e Metade Norte do Rio Grande do Sul. Estas regiões seguirão sob influência do sistema que se tornará semi-estacionário na terça-feira, se intensificando na sequência.
Na quarta-feira, devido ao aprofundamento de uma área de baixa pressão sobre o Sul do Brasil, a instabilidade será mais generalizada sobre o RS. Na quinta-feira, uma frente fria associada ao ciclone avança por SC e PR, trazendo mais chuva e temporais isolados.
Curiosamente, uma forte corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera, originada na Bolívia, estará transportando ar quente de origem tropical para o Sul do Brasil, o que aumenta a instabilidade e agrava o risco de temporais.