Economia

ALERTA GERAL para brasileiros com dívidas acaba de sair e pega muitos de surpresa

A população brasileira continua sofrendo para pagar as contas em dia no país. Em abril deste ano, 40,6% dos brasileiros adultos estavam inadimplentes, ou seja, com o nome sujo. Significa dizer que quatro em cada dez adultos tinham dívidas atrasadas no Brasil no mês passado.

Em números absolutos, o país estava com 66,08 milhões de pessoas inadimplentes. Esse é o novo recorde da série histórica do levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que teve início em 2014.

A propósito, essa pesquisa foi realizada pela CNDL e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com o levantamento, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 8,08% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2022. Já em relação a março, a alta foi de 0,23%.

O país ainda enfrenta as consequências da crise internacional, além de anos de juros altos e renda baixa. Por isso, torna-se emergencial que o governo tome medidas que tragam um alívio para as contas públicas e consequentemente para o dia a dia da população“, disse o presidente da CNDL, José César da Costa.

O arcabouço fiscal pretende ir nessa direção, mas ainda precisa ser crível para realmente alcançar seu objetivo de manter as contas do governo em ordem“, acrescentou.

Dívidas por faixas etárias e gêneros

A pesquisa também revelou que a faixa etária de 30 a 39 anos teve a participação mais expressiva entre os devedores do país. Em resumo, havia 16,35 milhões de adultos inadimplentes nessa faixa etária, o que equivale a 23,76% do total de inadimplentes.

Esse dado é bastante preocupante, pois equivale a 47,91% do total de adultos que compõem esse grupo etário. Isso quer dizer que quase metade dos adultos brasileiros com idade entre 30 e 39 anos estão em cadastro de devedores.

Em seguida, ficaram as faixas de 40 a 49 anos (20,96% do total), 50 a 64 anos (19,79%), 25 a 29 anos (12,44%), 65 a 84 anos (11,19%) e 18 a 24 anos (9,46%).

Entre os gêneros, o levantamento revelou que a inadimplência ficou bem distribuída. Enquanto as mulheres concentraram 51,05% dos adultos com dívidas atrasadas, os homens responderam por 48,95%.

Isso mostra que, mesmo que levemente, as mulheres estão mais inadimplentes que os homens no Brasil.

Soluções para a economia brasileira

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, citou uma declaração feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendendo a importância de reformas estruturantes. Essas ações poderão impulsionar a atividade econômica brasileira.

Há muito tempo o Copom comenta sobre a importância das reformas estruturantes para a saúde econômica do país. Reestruturações como a reforma tributária, por exemplo, afetam não só o setor de Comércio e Serviços, mas também a economia como um todo“, disse Pellizzaro Junior.

Outro ponto é a questão da responsabilidade fiscal: manter os gastos do governo em ordem com uma boa relação dívida/PIB e trabalhar para credibilidade do novo arcabouço fiscal, elevaria a confiança do mercado e seria um item a menos para pressionar a taxa de juros“, completou.

Por falar nisso, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou em meados de maio que o arcabouço fiscal deveria ser aprovado em junho. Segundo ela, o arcabouço fiscal permitirá o controle dos gastos públicos, além de diminuir e estabilizar a dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Isso é fundamental para conseguirmos baixar a taxa de juros, o que acreditamos que vai acontecer a partir do segundo semestre“, disse Tebet.

Em meio a essa expectativa, o presidente do SPC Brasil afirmou que “a harmonia entre as políticas monetária e fiscal acaba por diminuir a incerteza, facilita a diminuição da inflação e incentiva o pleno emprego ao longo do tempo“.

Valor médio das dívidas chega a R$ 4 mil

O levantamento ainda revelou que o valor médio das dívidas dos negativados chegou a R$ 4.002,06 em abril. Em síntese, 32,35% dos adultos inadimplentes tinham dívidas de valor de até R$ 500. Já quando se fala de dívidas de até R$ 1.000, o percentual que chega a 46,46%.

A saber, o número de dívidas em atraso no Brasil disparou 18,42% em um ano, em relação a abril de 2022. O grande destaque continuou com o setor de bancos, cujo crescimento foi quase duas vezes maior que a média nacional de 30,33%.

Na sequência, ficaram as contas de água e luz, com um aumento de 16,04% das dívidas atrasadas. Por outro lado, a quantidade de dívidas atrasadas recuou nos setores de comunicação (-14,38%) e comércio (-2,29%).