Tecnologia

Adesão a serviços de streaming estagnam no Brasil

Depois de vários anos de avanço em base de assinantes, os serviços de streaming de vídeo e de música no Brasil parecem ter alcançado o seu limite. A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil mostrou, pela primeira vez, que não houve aumento no percentual de brasileiros com smartphone que assinam serviços pagos de streaming. 

Em serviços de filmes e séries, houve uma queda de dois pontos percentuais, o que está dentro da margem de erro, baixando de 66% para 64%. Outro dado para acender o alerta do mercado é que subiu de 38% para 43% os assinantes de streaming de vídeo que pagam por apenas um serviço.

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Ou seja, depois de experimentar vários serviços diferentes de streaming que surgiram nos últimos anos no Brasil, o consumidor começa a fazer escolhas, cancelando aqueles que assiste menos e se concentrando nos seus favoritos. A demora na recuperação econômica do País também afeta esse mercado.  

A Netflix é a líder isolada, com 82% de mercado. Na sequência, aparece a Amazon Prime Video, com 44%. O Disney+ e a HBO Max estão empatadas no terceiro lugar, com 23%. O Globoplay aparece em quarto, com 20%. 

Serviços de streaming de música ficam estáveis

O mercado de serviços de streaming de música é mais consolidado – a maioria dos usuários só assina um serviço – e a proporção ficou estável em 38% de assinantes entre os entrevistados na comparação com um ano atrás. 

Por ser mais consolidado, a concorrência também é menor e o Spotify lidera com folga no ranking, com 63%. O Deezer vem na sequência, mas distante, apenas 11% dos usuários. A Amazon Music, por exemplo, tem 8% dos assinantes entre os entrevistados, e o YouTube Music, 5%. 

A pesquisa também quis saber o que como anda o consumo de podcasts e 38% dos entrevistados costumam ouvir podcast pelo smartphone. O Spotify também lidera nesse quesito, com 32%, mas o YouTube chega perto com 29%. O Deezer é o terceiro mais usado para ouvir podcast, com apenas 3% da preferência. 

Se educando pelo celular

Dentre os segmentos monitorados no relatório, o de educação móvel foi o que mais avançou em um ano. Nesse intervalo passou de 47% para 54% a proporção de brasileiros com smartphone que já fizeram algum curso com aulas dentro de um app. O app líder nesse tipo de serviço é o Hotmart, apontado por 25% dos brasileiros que já estudaram no smartphone. 

Um ano atrás o Hotmart já era o líder, mas com um percentual menor, 19%. O YouTube, por sua vez, deu um salto e ultrapassou o Duolingo, sendo agora o vice-líder, mencionado por 18%. 

Já a proporção de brasileiros que afirmam ter lido um livro no smartphone é de 40%. Enquanto o app Amazon Kindle mantém a liderança, o serviço nacional Skeelo avança aos poucos e já ameaça conquistar o segundo lugar que ainda está com o Google Play Livros. A preferência pelo Skeelo passou de 5% para 8% entre os leitores móveis em um ano, enquanto o Google Play Livros se manteve estável em 10%. 

A leitura de jornais e revistas no smartphone segue estagnada: somente 10% dos brasileiros têm esse hábito. Veja e O Globo são os veículos mais lidos na telinha. Folha e Estadão aparecem em seguida. 

Smartphone ainda substitui um videogame?

Há uma tendência de queda no uso do smartphone para jogar que já era verificada desde a edição anterior da pesquisa. Em um ano, caiu de 52% para 45% a proporção de brasileiros com smartphone que costumam jogar no aparelho. A prática havia ganhado muita popularidade durante a pandemia, ultrapassando 60%, mas diminuiu bastante após o fim do isolamento social. 

Metodologia da pesquisa

A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil é uma pesquisa independente realizada por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais. O grau de confiança é de 95%. 

O questionário foi elaborado por Mobile Time e aplicado on-line entre 12 e 24 de abril de 2023 por Opinion Box junto a 2.069 brasileiros com 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo.