Os números do desemprego no Brasil continuam caindo, para ânimo da população. A saber, a quantidade de pessoas sem uma ocupação recuou novamente, intensificando a trajetória de queda destes números.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação ficou em 8,1% no trimestre móvel de setembro a novembro de 2022, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em síntese, esse percentual é o menor desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015 (8,1%).
A pesquisa revelou que houve uma queda de 0,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com o trimestre móvel anterior (8,9%). Já em relação ao trimestre móvel de setembro a novembro de 2021, o recuo foi ainda maior, de 3,5 p.p., visto que a taxa de desocupação estava em 11,6% no país.
Vale destacar que a população desocupada totalizou 8,7 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em novembro. Isso representa um recuo de 9,8% em relação ao trimestre móvel anterior (menos 953 mil pessoas) e uma forte queda de 29,5% na comparação anual (menos 3,7 milhões de pessoas desocupadas).
Apesar da queda, os números continuam muito elevados entre as grandes economias mundiais. Ainda assim, os dados refletem a melhora na condição do mercado de trabalho do país. Contudo, as dificuldades no país ainda são muito grandes.
A PNAD Contínua também revelou dados positivos, relacionados à criação de emprego no país. Em suma, a população ocupada chegou a 99,7 milhões no trimestre móvel de setembro a novembro de 2022.
A saber, esse número é recorde da série histórica, que teve início em 2012. Aliás, houve um aumento de 0,7% da quantidade pessoas ocupadas na comparação com o trimestre móvel anterior (mais 680 mil pessoas). Já em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2021, a alta foi de 5,0% (mais 4,8 milhões).
“Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação”, explicou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Também vale ressaltar que o nível de ocupação ficou estimado em 57,4%, alta de 0,3 p.p. em três meses e de 2,2 p.p. em um ano. A propósito, nível de ocupação se refere ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
O levantamento do IBGE ainda revelou que a população desalentada no Brasil somou 4,1 milhões no trimestre móvel encerrado em novembro do ano passado.
Esse número ficou 4,8% menor que o observado no trimestre móvel anterior (menos 203 mil pessoas). Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em novembro de 2021, a queda foi de 16,7% (menos 817 mil pessoas).
Em resumo, o IBGE explica que a população desalentada é formada por pessoas que estavam fora da força de trabalho do país devido a alguma das seguintes razões:
Em outras palavras, os desalentados do país formam a parte da força de trabalho potencial. Isso quer dizer que eles poderiam trabalhar, mas não o fizeram devido a circunstâncias específicas.
A PNAD também mostrou que o percentual de desalentados na força de trabalho atingiu 3,7% no trimestre móvel de setembro a novembro de 2022. Na comparação trimestral, o nível recuou 0,2 p.p., enquanto a queda na base anual chegou a 0,7 p.p.
Em suma, a melhora dos dados em relação a 2021 indica que o mercado de trabalho brasileiro continua se recuperando. A decretação da pandemia em março de 2020 agravou os números da população desalentada, e os desafios não deram trégua em 2021, quando houve recordes de casos e mortes no país.
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. A saber, isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país e desemprego, entre outros pontos.
E os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.