De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço médio da carne bovina negociado em todo o país teve uma redução de 2,7% no primeiro trimestre de 2023. A princípio, especialistas econômicos dizem que é possível que haja uma queda ainda maior, com o índice batendo a casa dos 5% até o final do ano.
Vale ressaltar, que apesar da boa notícia, os preços negociados da carne bovina ainda estão em um patamar superior aos praticados antes da pandemia da covid-19. São vários motivos que levaram a esta redução nos valores do produto e o setor possui várias expectativas relacionadas à inflação deste ano.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve um aumento de 5% relativo à quantidade disponível no mercado de carne bovina, frango, e porco, na comparação com o ano passado. Todavia, a estimativa para 2023 é de 20,77 toneladas. Uma das causas para este aumento é o custo de produção.
Analogamente, houve uma redução expressiva nos preços negociados da soja e do milho, que são utilizados como alimentos para estes animais. Isso reflete no valor da carne bovina, por exemplo. Como há uma maior oferta de carne no comércio, os preços tendem a cair, o que foi constatado no IPCA para o início do ano.
Preço da carne bovina
É importante observar que nos últimos quatro anos, os valores negociados sobre a carne bovina tiveram um aumento de cerca de 70%. Sendo assim, o mercado estima que será difícil que o seu preço retorne aos patamares de antes da pandemia. A alta do produto fez com que os consumidores consumissem menos.
Entretanto, com a redução apresentada neste ano, a carne bovina está mais acessível à população de baixa renda brasileira. Aliás, as carnes de porco e de frango também estão mais baratas. A causa para essa redução é a mesma, houve uma queda no custo de produção. Espera-se que elas fiquem 10% mais em conta.
A picanha, carne normalmente mais cara e inacessível a grande parte da população, foi um assunto presente na campanha eleitoral do presidente Lula. Esse tipo de corte foi o que apresentou a menor redução de preços no primeiro trimestre deste ano. Em síntese, a queda foi de apenas 0,8%. Em 12 meses, houve uma alta de 1,8%.
No estado de São Paulo, por exemplo, no mês de abril, o quilo da picanha custava entre R$60 e R$62. O consumidor também encontrou em supermercados e açougues o corte custando cerca de R$80. Já o filé-mignon teve, até o momento, a menor redução de preços apresentada pelo IPCA, 6,5%.
Outros cortes de carne bovina
Outros cortes presentes na mesa dos brasileiros que tiveram uma redução de preço no primeiro trimestre de 2023, são a alcatra e o contra-filé. Foram 4,5% e 3,7% respectivamente. Em relação ao filé mignon, em 12 meses, os preços tiveram uma redução de quase 7%. O preço médio das carnes tiveram uma queda de 3%.
Dessa maneira, constatou-se que os preços da carne bovina e de outros animais não devem retornar aos valores que eram negociados nos anos de 2018 e 2019. Entretanto, há uma sinalização de que a população brasileira terá a carne presente em sua mesa, consumindo um pouco mais do produto, que está mais barato.
Exportação de carne
Alguns especialistas econômicos afirmam que a carne bovina, entre outras, ficaria mais barata se o país deixasse de exportá-las. De fato, vários países costumam adotar medidas protecionistas para controlar os valores negociados em seu mercado interno. Em síntese, eles estipulam um limite para a exportação.
O Brasil não adota atualmente nenhuma medida protecionista, e exporta alimentos como a soja, milho, carne bovina, frango e café. A restrição ao comércio de produtos alimentícios a outros países poderia ser a curto prazo benéfica para a economia nacional. No entanto, ajuda a aumentar a inflação global.
Por essa razão, a longo prazo, o país seria prejudicado. Especialistas dizem que se o Brasil deixasse de exportar a carne bovina, haveria um impacto internacional, o que faria com que os preços subissem ainda mais. Em conclusão, dificilmente o governo tomaria uma decisão de acabar com a exportação de alimentos.