A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), levantamento anual consolidado sobre o consumo de jogos eletrônicos no País, mostra que cerca de três em cada quatro brasileiros jogam algum jogo de videogame, ou seja, são gamers. Trata-se de um crescimento de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior, alcançando sua maior marca histórica com 74,5% da população do Brasil afirmando jogar games em 2022.
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O engajamento do público brasileiro com jogos eletrônicos aparece ainda mais forte quando se observa que, para 76,5% dos gamers, os jogos eletrônicos são a principal forma de entretenimento. Este número apresenta um aumento progressivo: registrou 57,1% em 2020 e 68% em 2021, totalizando um aumento de 8,5 pontos percentuais nesta 9ª edição.
O alto número de jogadores se deve ao smartphone, plataforma que deu acessibilidade para os games. O dispositivo, que está na mão de quase todos os brasileiros, permite que pessoas possam jogar games casuais, como o Candy Crush Saga, ou mesmo jogos mais competitivos, como o popular Free Fire.
A PGB é desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM. Em 2022, o estudo ouviu 13.051 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal entre os dias 11 de fevereiro e 7 de março.
Assim como em edições anteriores do levantamento, a PGB 2022 mostra que as mulheres são maioria entre o público de jogos eletrônicos no Brasil. Nesta 9ª edição, elas representam 51% dos brasileiros que jogam games. A predominância feminina é ainda maior no smartphone, no qual 60% delas jogam. Em relação à etnia dos jogadores, a 9ª edição da pesquisa mostra que a maior parcela dos brasileiros gamers se identifica como parda ou preta (49,4%, na soma), seguida por pessoas que se declaram brancas (46,6%).
Já sobre a idade dos jogadores, pessoas de 20 a 24 anos são a maioria entre este público no Brasil, com 25,5%. Na sequência, a PGB 2022 mostra que o hábito de jogar games é mais comum entre adolescentes de 16 a 19 anos (17,7%) e pessoas de 25 a 29 anos (13,6%). No entanto, o ato de jogar é bem distribuído entre os adultos. Pessoas entre 30 e 34 anos, por exemplo, representam 12,9% dos jogadores no Brasil, e quem tem de 35 a 39 anos representa 11,2% do público.
Por fim, no que diz respeito à classe social, a maioria dos jogadores são de classe média (B2, C1 e C2), com 62,7%. Pessoas de classe média alta (B1) representam 12,3% do público, procedidas pela classe A, que representa 13,5%, e pela base da pirâmide (classes D e E) com 11,6%. Este dado condiz com a renda familiar média dos jogadores no Brasil: a maioria (29,1%) possui uma renda de entre R$ 2.090,01 à R$ 4.180, procedida por pessoas que recebem até R$ 2.090 (27,5%). O público com renda de R$ 4.180,01 à R$ 10.450 é de 26,7%.
Como já dito antes, o smartphone popularizou o alcance aos jogos, principalmente pelo custo. Quando comparados aos consoles de videogames, os smartphones intermediários (suficientemente bons para games mobile mais populares) chegam a custar um quinto do valor. Isso sem falar, claro, no valor dos jogos eletrônicos, que podem alcançar R$ 350 no lançamento – games mobile muitas vezes são gratuitos.
O smartphone já aparecia como a plataforma favorita dos gamers brasileiros em edições anteriores do estudo, e agora ele se isola ainda mais, com 48,3% da preferência do público segundo a PGB 2022 — crescimento de 6,7 pontos percentuais. Computadores aparecem no 2º lugar, com 23,3% (na soma entre desktops e notebooks), e os consoles domésticos ficam em 3º, 20%.
Além dos celulares serem os preferidos, também são os dispositivos no qual os jogadores mais jogam. De acordo com o estudo, é nas telinhas que a maioria do público joga todos os dias (33,2%). Nos computadores, quem joga diariamente representa 15,3% dos jogadores do País, e nos consoles, 11,8%. No entanto, sessões mais longas de jogatinas, como de uma a três horas seguidas, são mais praticadas em computadores (37,9%) e consoles (34,8%). Nos celulares, este dado é de 31,7%, enquanto que jogar por até uma hora é costume de 33,7% do público dos smartphones.