Ao longo dos anos, a trajetória das mulheres no mercado de trabalho melhorou. Entretanto, muitos obstáculos ainda precisam ser enfrentados quando o assunto é diversidade de gêneros, principalmente na área de tecnologia.
A saber, apenas 35% dos estudantes matriculados no ensino superior na carreira de T.I são mulheres, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confira informações interessantes acerca deste nicho.
5 pontos de atenção
Outro ponto de destaque é a capacitação de mulheres trans e cisgênero, que deve ser levada em consideração. A CEO da {reprograma}, startup social paulista que ensina programação para mulheres trans e/ou negras, Mariel Reyes Milk explica cinco pontos importantes sobre a preparação feminina para o mercado de trabalho. Confira:
1. Síndrome do impostor
O primeiro passo é trabalhar o indicador mentiroso. Está relacionado ao fato das mulheres não acreditarem na capacidade delas em aprender a programar e se enxergarem como programadoras. Desta forma, é necessário trabalhar bastante essa mentalidade.
2. Referências de outras mulheres
Ter um modelo de mulher que elas podem se identificar e se inspirar. Na {reprograma} prezamos por ter ex-alunas negras e/ou trans como professoras e monitoras em nossas turmas, assim as alunas podem conectar com as histórias das professoras e se espelham para alcançar o sucesso profissional.
3. Segurança
As mulheres têm que se sentir em um ambiente seguro, onde elas podem aprender e fazer perguntas sem julgamentos. O ideal é que isso aconteça em um local onde há somente uma mulher no meio de vários homens, que já estão bem mais incluídos na área da tecnologia.
4. União entre as mulheres
É essencial que haja a possibilidade das mulheres se apoiarem, pois assim conseguem compreender que não se trata de uma competição entre elas, e que, juntas podem chegar mais longe.
5. Rede de apoio
As redes sociais podem ser ótimas amigas nessas horas, pois com elas é possível compartilhar vagas de emprego e treinamentos. O Telegram, por exemplo, é muito útil porque é um canal de conversa aberta, no qual também utilizamos na startup durante e depois dos cursos de back e front-end. Essa rede de apoio faz com que as mulheres não se percam no meio do caminho e não se sintam sozinhas, além de possibilitar a aquisição de conhecimento constantes.
Oportunidade de formação para as mulheres na área de T.I
Atualmente, menos da metade das mulheres negras brasileiras, cerca de 46%, exercem trabalho remunerado e apenas 8% das que trabalham no mercado formal ocupam cargos de gerente, diretora ou sócia proprietária de empresas.
Na fatia de 46% que estava trabalhando, 20% atuavam como autônomas, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Indique Uma Preta e pela empresa Box1824.
No ano passado, a {reprograma} realizou, de maneira gratuita, seis cursos de 18 semanas. Teve aproximadamente 35 alunas por turma, formando mais de duzentas mulheres para atuarem no mercado de tecnologia. Contribuiu-se assim para a ampliação da diversidade e inclusão no setor.
Quase metade delas, negras e em situação de vulnerabilidade, tiveram a oportunidade de se formarem em front-end ou back-end. Utilizaram ferramentas modernas e bastante requisitadas no setor, como React e Node, por exemplo. Isso possibilitou que as alunas saíssem preparadas para atender à crescente demanda das empresas.
Com o intuito de continuar diminuindo a lacuna de gêneros no mercado de tecnologia, a startup social está com inscrições abertas para o programa “Todas em Tech”.
Gratuito e com duração de 18 semanas, tem por objetivo ensinar programação. Vai contar com a participação de aproximadamente 2,4 mil mulheres em oficinas online. Para saber mais acesse o site: https://reprograma.com.br/todas-tech/
Já publicamos aqui no Notícias Concursos uma matéria sobre essa oportunidade. Leia: Programa gratuito tem cursos de programação para mulheres trans e negras