De acordo com uma pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box – Mensageria no Brasil, 43% dos usuários do WhatsApp já foram vítimas de golpe em que o criminoso se passa por eles para pedir dinheiro a parentes e amigos. Para a pesquisa, esse é um ponto de atenção para o aplicativo, já que ele é o mais popular do Brasil e tem sido constantemente usado como ferramenta de spam e para aplicar golpes.
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O golpe é bem simples: após roubar o acesso da conta de WhatsApp da vítima, o criminoso entra em contato com familiares a partir de um número de telefone diferente. Usando uma foto da vítima retirada de alguma rede social, ele envia mensagens informando que trocou de número e pedindo ajuda financeira para alguma finalidade urgente.
Entre as vítimas desse golpe no WhatsApp, a incidência é maior entre pessoas das classes A e B (47%) que entre aquelas das classes C, D e E (42%). E é também maior entre homens (47%) que entre mulheres (40%).
Outro ponto é que três em cada quatro brasileiros que usam o WhatsApp afirmam já ter recebido mensagens de vendas de empresas para as quais não haviam autorizado o contato. Pelos termos de serviço do WhatsApp, empresas só podem entrar em contato com consumidores pelo mensageiro se tiverem a devida autorização para tal (opt-in).
Quase todos os smartphones têm WhatsApp
O WhatsApp continua sendo, com vasta vantagem, o aplicativo de mensageria mais popular do Brasil. Ele está instalado em 99% dos smartphones e sendo aberto todo dia em 85% deles. Seu risco de desinstalação é baixíssimo: apenas 1% das pessoas que têm WhatsApp em seu smartphone afirmam que quase nunca o abrem.
Outro dado mostra que 78% dos usuários do aplicativo realizam chamadas de voz através dele. Nesse grupo, 61% dizem que fazem mais ligações pelo WhatsApp que pelo plano de minutos da sua operadora. Além disso, 46% realizam chamadas de voz pelo mensageiro todo dia ou quase todo dia. E 79% dão notas 4 ou 5 em uma escala de 1 a 5 para medir sua satisfação com a qualidade das ligações através do app.
Analisando-se os dados demográficos de quem declara usar o WhatsApp todo dia, ou seja, os seus usuários mais engajados, nota-se que a proporção é maior entre mulheres (87%) que entre homens (82%). É maior também nas classes A e B (92%) que nas classes C, D e E (83%).
Por faixa etária, é no grupo de 30 a 49 anos que se observa a maior proporção que declara abrir o WhatsApp todo dia (87%), enquanto entre jovens de 16 a 29 anos (83%) e entre pessoas a partir de 50 anos (82%) os percentuais são menores.
Função de pagamentos ganha usuários
Em relação à pesquisa anterior, de seis meses atrás, subiu de 7% para 17% a proporção de usuários do WhatsApp que cadastraram um cartão de débito para poderem enviar ou receber dinheiro pelo mensageiro. O aumento de dez pontos percentuais pode ser atribuído à forte campanha de marketing para divulgação da ferramenta, que incluiu até placas de publicidade em partidas de futebol no fim do ano passado.
Outro dado mostra que 65% das pessoas que cadastraram um cartão no WhatsApp, ou 11% da base total do app, já realizaram pelo menos uma transferência de dinheiro pelo mensageiro. E 8% dizem que costumam utilizar esse recurso, dentre vários outros de comunicação disponibilizados pelo WhatsApp.
A adesão à funcionalidade é maior entre homens (20%) que entre mulheres (14%); e maior entre os jovens de 16 a 29 anos (23%), que entre aqueles com 30 a 49 anos (16%) e no grupo a partir de 50 anos (11%). Nas classes C, D e E, 18% dos usuários do WhatsApp cadastraram cartão de débito para enviar dinheiro pelo app, contra 13% daqueles das classes A e B.
A principal dificuldade da funcionalidade é superar o Pix, já que 80% dos usuários do WhatsApp que já experimentaram realizar uma transferência pelo mensageiro acham o Pix mais fácil de usar. Entre os que não se cadastraram um cartão de débito para enviar ou receber dinheiro pelo WhatsApp, 45% dizem que simplesmente não têm interesse no serviço e 31% não confiam no aplicativo para essa finalidade.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Mensageria no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Nesta edição foram entrevistados 2.107 brasileiros com mais de 16 anos de idade que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo.
As entrevistas foram feitas on-line entre 12 e 20 de janeiro de 2022. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.