38 milhões devem ficar desempregados com o fim do auxílio emergencial
O número corresponde às pessoas que recebem o auxílio, mas que não fazem parte do programa Bolsa Família.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o fim do pagamento do auxílio emergencial no final deste ano deve deixar 38 milhões de pessoas desempregadas e sem assistência. O número corresponde às pessoas que recebem o auxílio, mas que não fazem parte do programa Bolsa Família.
Os total representa 61% da população que recebeu o auxílio emergencial. Segundo a pesquisa, a maior parte são trabalhadores informais (64%), enquanto 74% deles têm renda de até R$ 1.254 e são, em sua maioria, pessoas de baixa escolaridade (55%).
O estudo da fundação foi feito com base nos dados do mês de agosto da Pnad Covid-19, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criada para medir os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde dos brasileiros.
Os resultados da pesquisa reforçam a necessidade da ampliação de programas de assistência social quando o auxílio emergencial findar. No entanto, o governo federal ainda não estabeleceu a forma de aplicação do Renda Cidadã, novo programa de renda e substituto do Bolsa Família.
Auxílio prorrogado até dezembro
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a prorrogação do auxílio emergencial por quatro meses no valor de R$ 300. A extensão do auxílio foi oficializada por meio de medida provisória e terá que ser aprovada por deputados e senadores no Congresso Nacional.
“Não é um valor o suficiente muitas vezes para todas as necessidades, mas basicamente atende. O valor definido agora há pouco é um pouco superior a 50% do valor do Bolsa Família. Então, decidimos aqui, até atendendo a economia em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo em R$ 300”, disse Bolsonaro.
Neste ano, o Executivo depositou cinco parcelas de R$ 600 para os beneficiários do auxílio, visando ajudar os brasileiros de baixa renda, trabalhadores informais, MEIs, autônomos e desempregados.
O presidente Jair Bolsonaro já havia informado sobre a redução do valor do benefício e argumenta que, se o valo pode parecer pouco para os brasileiros afetados pela pandemia, “é muito para quem paga, no caso, o Brasil”.
De acordo com cálculos feitos pela equipe econômica, o custo mensal do benefício foi de R$ 50 bilhões por mês durante a primeira fase do programa.