O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que, em novembro do ano passado, cerca de 4,32% dos domicílios do Brasil sobreviveram apenas com o valor do auxílio emergencial. Em sua primeira fase, o programa pagava R$ 600 por parcela. Na última prorrogação, as parcelas eram de R$ 300. Para mães chefes de família, o pagamento era de R$ 1,2 mil e R$ 600, respectivamente.
De acordo com o Ipea, o percentual significa cerca de 2,95 milhões de domicílios e uma diminuição de 0,44% quando comparado com o índice de outubro. Ou seja, de outubro para novembro, esse índice teve diminuição de 300 mil domicílios.
Os rendimentos dos brasileiros também caíram e foram de 93,7% da renda média habitual. Quem trabalha por conta própria sentiu o maior impacto e recebeu 85,4% do habitual.
De acordo com os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, em novembro, os rendimentos médios habitualmente recebidos foram de R$ 2.333 e os efetivamente recebidos foram de R$ 2.185, valor 0,9% a mais do que o mês anterior. Já os rendimentos efetivos do trabalho foram 0,4% menores do que no mês anterior. Quem trabalha por conta própria recebeu efetivamente apenas 85,4% do que recebiam habitualmente, com rendimentos efetivos médios de R$ 1.626.
Em novembro, um total de 27,45% de domicílios brasileiros continuava sem nenhuma renda de trabalho efetiva. Em outubro, o índice era de 27,86%. A proporção de lares brasileiros que dependiam exclusivamente do auxílio emergencial foi maior na região Nordeste. No Piauí, o índice ultrapassou os 10%.
Quando comparado a outubro, a média da renda por domicílio provocada pelo auxílio caiu R$ 64 em novembro. Em outubro, a média era de R$ 294,69. Em novembro, caiu para média de R$ 229,77. Mesmo com o aumento da renda do trabalho efetiva, a renda média total por domicílio diminuiu 1,76% e foi de R$ 3.783 em novembro.